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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Através do espelho encontrei uma saída


"O reflexo daquele espelho bateu forte em meu coração"Untitled-1
A Irmandade chegou para mim no dia dois de abril de dois mil, quando descobri que precisava de A.A. para entender que o álcool havia me derrotado e admitir que sou portador da doença do alcoolismo.
Encontrar aquele amigo de infância e membro de A.A. no momento mais difícil de minha vida fazendo uma abordagem direta, perguntando-me como estava a minha vida e que nem eu mesmo sabia como estava, ou seja, sem rumo e sem eira nem beira, pois minha vida resumia-se apenas e exclusivamente numa frase: "Um dia fui bancário, universitário, sindicalista, amigo, solidário, alegre, bom filho, bom pai, bom marido".
Enfim, um ser humano que um dia foi amante da vida e da natureza, achando que estava chegando na reta final da vida.
Passei a viver em conflito, tormento, angústia, desespero, contra tudo e contra todos: amigos, filhos, esposa, pais, e a mim mesmo; e o pior, buscando respostas com a certeza de que viver não tinha sentido.
Por que viver? Para que viver?
Graças àquele amigo de infância iluminado por um Deus amantíssimo e hoje meu padrinho em A.A., com sua abordagem, deu-me todas as respostas que eu queria encontrar.
Sua sinceridade foi fundamental para mim, quando ele dizia: "Rubinho, você foi sincero e honesto consigo mesmo alguma vez na vida? Faça isso diante de um espelho, sozinho no seu quarto - vai funcionar".
E não é que funcionou mesmo? O espelho estava ali me esperando para revelar e abrir a minha mente, pois o reflexo daquele espelho bateu forte no meu coração.
Em conseqüência, ingressei no Grupo Nova Estrela da Paz em Fortaleza, logo após minha segunda reunião no grupo.
Encontrei-me com o Rubinho, aqui mesmo que "um dia fui" e que renasceu com vontade de viver, de cabeça erguida, cheio de esperanças, sonhos, ideais e objetivos, como por exemplo: concluir minha faculdade, conviver em harmonia com minha esposa, filhos, pais e toda minha comunidade.
Hoje, com o espírito de amor ao próximo, venho agradecer a um Ser Superior em A.A., a ajuda dos companheiros e companheiras.
Nestas vinte e quatro horas, pois é só um dia de cada vez, venho evitando o primeiro gole e com todas as letras desejo vinte e quatro horas de sobriedade a todos (as) que fazem esta Irmandade tão maravilhosa para mim.
Muito obrigado!
Rubinho, Fortaleza/CE
Vivência 85 ­ Set/Out de 2003

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

TEMÁTICA SEGUNDO PASSO

VENHA E TRAGA MAIS UM.





 


 
ALCOÓLICOS ANÔNIMOS
GRUPO ARAÇÁS
Rua Caracas, 103 - Araçás - Vila Velha - ES - CEP: 29103-540
Reuniões: Segunda, terça, quarta e sexta 19:30h.
(Próximo ao Maderauto Material de Construção)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Venha nos visitar e compartilhar conosco...


 
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GRUPO EM ARAÇÁS
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sábado, 26 de janeiro de 2013

Reuniões no Grupo em Itapoã - Vila Velha - ES



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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

42º Aniversário da morte de Bill W., cofundador de A.A.


Quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

...“E depois ia falar na Grande Reunião da Sexta-feira à imagenoite. Tinha o coração colocado nisso e Ed, que o admirava muito e gozava de sua intimidade, afirmou que podia dar
solucioná-lo”. Fisicamente era impossível para Bill falar na Sexta-feira, mas não estava disposto a se render.
“Tivemos a reunião (no domingo de manhã) no saguão da Convenção”, continuou Bob H. “Havia 14.000 pessoas. Bill foi levado numa ambulância até a entrada dos fundos. Ali havia uma empilhadeira que ergueu Bill na sua cadeira de rodas e o depositou na entrada traseira do palco. No nariz tinha uma sonda por onde respirava oxigênio. Foi levado na cadeira de rodas até o microfone, e colocado em
pé, ligeiramente apoiado em alguém; talvez fui eu, não lembro. E precisamente durante uns poucos minutos..., apenas falou quatro minutos e durante os dois ou três primeiros foi o velho Bill, fantástico! Pode hipnotizar as pessoas.
Isso foi tudo. Voltou para a cadeira de rodas, foi colocado na ambulância e levado de volta ao hospital”.
No começo de setembro, Bill estava completamente prostrado na cama. Em novembro nunca desceu  ao andar térreo. Nesse novembro, Lois leu sua mensagem dedespedida durante seu jantar de aniversário; nesta mensagem Bill parafraseou o comprimento árabe que lhe tinha sido enviado por um membro. Escreveu a todos AAs: “Eu vos saúdo e dou graças pelas vossas vidas”.
Em janeiro de 1971, o Dr. Ed, que estava permanentemente em contato telefônico, decidiu que o Instituto do Coração de Miami podia ser capaz de fazer alguma coisa por Bill, já que tinha um novo aparelho para respirar que poderia ajudalo e decidiu levar Bill de volta a Miami. Um velho amigo alugou um avião Lear Jet e o Dr. Ed voou desde Miami para acompanhar Bill na sua volta.
Nell, que havia ouvido Bill aconselhar um número incontável de pessoas, utilizou agora suas próprias palavras para consolá-lo. “Mantenha-se firme”, dizia, e Bill respondia apertando sua mão.
O avião chegou a Miami ao cair da tarde e Lois estava quase exausta. Às oito da noite, depois de jantar e de que Lois houvesse voltado ao quarto de Bill para se Página 2 de 2 despedir, Nell e ela retiraram-se aos seus quartos contíguos no hotel Holiday In, ao lado do Instituto. Bill estava cômodo e alegre quando Lois o deixou.
Era 24 de janeiro e o 53º aniversário do casamento de Lois e Bill. Bill morreu às 11:30h daquela noite.
O obituário de Bill apareceu no Times de Nova York na Terça-feira dia 26 de janeiro. As Tradições não fazem referência ao anonimato póstumo e o nome completo de Bill, com sua fotografia, foi apresentado com destaque num artigo que ocupou uma página.
No dia 27 de janeiro houve um serviço comemorativo privado em Stepping Stones. A oração de São Francisco, a favorita de Bill, ecoou através das arvores que rodeiam a casa: “Ó Senhor! Faze de mim um instrumento de Tua Paz; onde há ódio, faze que eu leve o amor; onde há ofensa que eu leve o perdão; onde há discordia que eu leve a união; onde há dúvidas que eu leve a fé; onde há erros que eu leve a verdade; onde há desespero que eu leve a esperança; onde há tristeza que eu leve a
alegria; onde há trevas que eu leve a luz!
Oh! Mestre! Faze que eu procure menos ser consolado do que consolar; ser compreedido do que compreender; ser amado do que amar. Porque é dando que se recebe; é perdoando que se é perdoado; é morrendo que se vive para a Vida Eterna. Amém”.

No Escritório de Serviços Gerais – ESG, imediatamente depois da morte de Bill, deixaram de chegar as queixas de costume. Toda a combatividade e os apelos ao ESG para apaciguar disputas locais cessaram completamente. Durante um periodo de aproximadamente seis meses houve uma sensação de reorganização.

Em 5 de maio, depois que a terra em Vermont havia degelado, os restos de Bill foram sepultados no jazigo da familia no cemitério de East Dorset. A lápide é simples, do mesmo mármore branco que seu pai tinha retirado da pedreira para os edifícios e monumentos da Cidade de Nova York. Está enterrado junto a Clarence, seu tio Griffith que “legou” a Bill seu violino.

Na lápide está escrito: “William G. Wilson, 1895-1971”. Há uma pedra ao pé do túmulo onde se le: “Vermont, 2D LT BRY C66 ARTy CAC, Primeira Guerra Mundial. 26 de Nov. 1895 – 24 de Jan. 1971”. Não há nenhuma menção a Alcoólicos Anônimos.

Transcrito:

pepepan47@hotmail.com

Baseado em:
http://sinlimiteavante.blogspot.com.br/2012/01/aniversario-luctuosos-de-bill-w-co.html

Uma aula de espiritualidade

VIVÊNCIA
REVISTA BRASILEIRA DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS - Nº 65 - MAI/JUN 2000
Uma aula de espiritualidade
Foi como se eu tivesse realmente "pronto" - no quarto ano de A.A. - para ler o texto do filósofo norte-americano William James, considerado o "pai da moderna psicologia". Li Variedades da Experiência Religiosa como quem estuda: com cuidadosa atenção e anotando passagens importantes num bloco de papel. Como não encontrei uma edição em português, recorri a um volume em espanhol, numa biblioteca pública, e isso por si só tornou minha leitura ainda mais atenta.
Foram muitas e gratíssimas as surpresas. A experiência foi notável, não só por confirmar para mim aspectos da espiritualidade que eu já havia percebido, por meio da prática do programa de A.A. - a exemplo da consideração do autor de que "Deus é real desde o momento em que produz efeitos reais", mas também porque me abriu novas e valiosas perspectivas de crescimento espiritual, ao esclarecer sensações que já tinham me assaltado mas que não conseguia identificar com clareza. Caso desta passagem:
"A prece ou a comunhão íntima com o espírito transcendental - seja 'Deus' ou 'lei' - constitui um processo onde o fim se cumpre realmente, e a energia espiritual emerge e produz resultados precisos, psicológicos ou materiais, no mundo fenomenológico.".
Ao final da leitura sobrou para mim uma certeza: a de que o crescimento espiritual constante poderá me conduzir a um estado em que minhas preces deixem de ser meramente súplicas (como foram até agora e acredito que assim continuarão por tempo indeterminado) e assem a representar um estado mais elevado, em que eu possa louvar e amar a Deus como Ele merece ser louvado e amado - para que a semente de Sua presença dentro de meu próprio espírito possa se tornar plenamente efetivada.
Confesso que, de início, não achava que fosse ler o livro inteiro, mas apenas dois dos 20 capítulos, os que tratam da conversão (que eu entendo como despertar espiritual). Findos os dois capítulos (cada capítulo corresponde a cada uma das 20 conferências realizadas por James na Universidade de Edimburgo, na Inglaterra, entre 1901 e 1902), compreendi que tinha aberto uma arca de tesouro, passando a devorar tudo.
Há no livro um aspecto que, logo de saída, me fisgou: a generosidade do mestre, que não dá um passo sem relatar detalhadamente casos verídicos (alguns envolvendo alcoólicos), além de citar bastante outros autores e pesquisadores - como é o caso destas palavras , creditadas ao professor Leuba, contemporâneo seu e também precurssor da psicologia da religião:
"Deus não é conhecido, não é compreendido, é simplesmente utilizado, às vezes como provedor material, às vezes como suporte moral, às vezes como amigo, às vezes como objeto de amor. Se demonstrar sua utilidade, a consciência espiritual não exige mais nada.
Existe Deus realmente?
O que é?, são perguntas irrelevantes.
Não é a Deus que encontramos na análise última dos fins da espiritualidade, mas sim a vida, maior quantidade de vida, uma vida mais ampla, mais rica, mais satisfatória. O amor à vida, em qualquer e em cada um de seus níveis de desenvolvimento, é o impulso religioso".
Outra citação, creditada pelo autor a Frederic Myers: "Se perguntarmos a quem dirigir a prece, a resposta (curiosamente, é certo...) há de ser isso não tem demasiada importância; a prece não é uma coisa puramente subjetiva, significa um incremento real da intensidade de absorção de poder espiritual - ou graça -, mas não sabemos suficientemente o que ocorre no mundo espiritual, para saber como atua a prece, quem toma conhecimento dela, ou por que tipo de canal é outorgada a graça".
James também afirma que "o ponto religioso fundamental é que na prece e energia espiritual - em outros momentos adormecida - torna-se ativa e realmente se efetua uma obra espiritual de algum gênero". Ele constatou, em suas extensas pesquisas sobre homens e mulheres que conseguiram despertar seu íntimo espiritual , que "o novo ardor que acende o peito dessas pessoas consome, com seu fulgor,as inibições inferiores que antes as perseguiam e imuniza-as da porção vil de suas naturezas. A magnanimidade, antes impossível, agora parece fácil; os convencionalismos insignificantes e os vis incentivos, antes tirânicos, agora não mais as subjugam".
Muito antes da fundação de A.A., James já utilizava palavras muito familiares a todos nós, membros da Irmandade: "O despertar espiritual pode advir por um crescimento gradual ou abruptamente (por crisis), mas em qualquer desses casos parece ter chegado 'para ficar'...". Citando Starbuck, outro contemporâneo seu, James comenta que o efeito do despertar espiritual consiste em proporcionar "uma mudança de atitudes com relação à vida, que é constante e permanente, ainda que os sentimentos flutuem...".
Essa singela colocação, "ainda que os sentimentos flutuem", produziu em mim um efeito balsâmico. É que durante um bom período de minha recuperação pessoal, vivia com medo de que minhas oscilações emocionais constituíssem um grande risco. É certo que preciso continuar muito atento a meus altos e baixos emocionais, mas o fato é que tal reflexão veio confirmar o que eu já vinha percebendo há algum tempo. Ou seja, que, como ser humano, estou sujeito a uma certa gangorra de sentimentos, que nem sempre, contudo, leva a uma recaída alcoólica.
Um pouco mais de esclarecimento, sobre os meus temores de recaída, chegou-me com essa reflexão: "Enquanto a nova influência emocional não alcançar um tom de eficácia determinante, as mudanças que produz são inconstantes e volúveis e o homem volta a recair em sua atividade original.
Mas quando uma emoção nova consegue uma certa intensidade, atravessa-se um ponto crítico, conseguindo-se uma revolução irreversível equivalente à produção de um novo estado natural".
E é muito significativo que, 35 anos antes da fundação de A.A., William James, confrontando o "santo" (para o autor, santa é toda pessoa com faculdades espirituais fortes e desenvolvidas) e o "homem forte" (refere-se ao conceito de super-homem, de Nietzche), tenha escrito: "(...) No entanto, é possível conceber uma sociedade imaginária na qual não caiba a agressividade mas sim apenas a simpatia e a justiça - qualquer pequena comunidade de verdadeiros amigos conduz a essa sociedade. Quando consideramos abstratamente esta sociedade, ela seria, em grande escala, o paraíso, já que cada coisa boa se produziria sem nenhum desgaste. O santo se adaptaria perfeitamente a essa sociedade.
Suas maneiras pacíficas seriam positivas para seus companheiros e não haveria ninguém que se aproveitasse de sua passividade. Portanto, o santo é, abstratamente, um tipo de homem superior ao 'homem forte', porque se adapta a essa sociedade mais elevada concebível, sem depender para nada o fato desta sociedade vir a se concretizar ou não jamais". Impossível não fazer uma analogia com A.A.
Nessa altura de minha programação pessoal, estou amplamente convencido de que a vasta literatura de A.A. é mais do que suficiente para minha recuperação constante - só por hoje.
Lendo o livro de William James , pude sentir uma enorme satisfação também pelo fato de estar bebendo das águas de um dos regatos dos quais Bill W. se serviu. E uma grande necessidade de compartilhar minha experiência com os leitores da revista.
Vinte e quatro horas a todos.
Juan, São Paulo/SP
Vivência nº 65 - maio/junho 2000

domingo, 20 de janeiro de 2013

Amor incondicional


Tenho 38 anos de idade e sou uma mulher negra e alcoólica.
Tenho escutado nas salas, pessoas relatarem que no momento em que entraram na primeira reunião, sabiam que faziam parte dali, mas isto não aconteceu comigo. Fui à primeira reunião de A.A. sozinha, após trinta dias num centro de tratamento. Entrei, peguei uma xícara de café e me sentei. Estavam lá três ou quatro homens brancos conversando em pé. Nenhum deles percebeu a minha presença. Outro homem entrou e começou a relatar aos outros a respeito de seu dia de trabalho. Não creio que ele tenha reparado em mim e começou a falar em um colega de trabalho referindo-se a ele como um "crioulo". Não é necessário dizer como me senti. Agarrei-me na cadeira e li a Terceira Tradição, que estava na parede, e nos diz que o único requisito para ser membro de A.A. é o desejo de parar de beber. Ela não diz nada sobre sexo, raça, religião, idade, etc., e senti que, acima de tudo, eu tinha o desejo de não beber.
Todos os tipos de idéias malucas me vieram à mente. Sou da cidade de New York e desde criança ouvia todo tipo de historias de horror sobre as pessoas do sul. Eu não sabia se seria enforcada numa árvore ou coisa pior. O que realmente sabia, é que não desejava me deter diante de nenhum obstáculo para permanecer sóbria. Portanto, mesmo apavorada, fiquei naquela reunião. Ao final, todos se deram às mãos, rezando o Pai Nosso e cantaram.
Algum tempo depois, um daqueles homens que estavam presentes em minha primeira reunião, introduziu-me no serviço de A.A. e eu consegui amar a todos eles, mesmo àquele que teve a atitude discriminatória. Hoje sinto que faço parte de A.A. Fiz desse grupo a minha família. Todos demonstraram um amor incondicional por mim e nenhum repara na minha cor. Amadrinho diversas mulheres brancas e sou secretária do grupo. Aprendi duas lições naquele primeiro dia:
1) Alguns de nós são mais doentes do que os outros, mas somos todos filhos de Deus, com o direito de acertar e de errar;
2) Irei sempre acolher um recém-chegado com amor e carinho, pois sei como alguém se sente ao chegar à ultima casa do último quarteirão e não ser bem-vindo.
Portanto, se você é um iniciante, tem problema de bebida e não se sente fazendo parte, continue retornando, pois A.A. de fato funciona.


N. Charleston Carolina (USA)
VIVÊNCIA N°. 27 JAN/FEV. DE 1994

sábado, 19 de janeiro de 2013

Mente aberta: caminho para a sanidade

 

 

Em busca da fé perdida!a saida

Quando procurei me aproximar do 2º Passo enfrentei um dilema bastante sério: - "Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade."

Ao ler o passo e a mensagem que ele trazia dizendo que somente um "Poder Superior" poderia resolver minha obsessão pelo álcool, fiquei extremamente desapontado.

Eu já não acreditava mais na existência de Deus. Eu me enquadrava na situação daqueles que já tiveram fé e a perderam.

O alcoolismo desenvolveu dentro de mim um enorme preconceito contra a religião e seus adeptos. Por isso no início de minha caminhada em A.A. se algum companheiro tivesse tentado me impor alguma religião eu estaria fora das reuniões, pois não conseguia encontrar uma fé que funcionasse para mim.

No meu tempo de ativa fui um líder religioso. Tive uma igreja aos meus cuidados e fui pregador da palavra de Deus.

Nessa época eu acreditava que por ser muito religioso Deus resolveria meu problema de alcoolismo. Mas aí veio a derrota.

Cheguei a pregar a palavra de Deus em púlpito, totalmente embriagado.

A igreja me expulsou e não permitiu mais que eu pregasse.

Alguns membros da igreja julgavam que eu tivesse uma legião de demônios junto de mim.

Veio então a derrota total e conseqüentemente cai nas sarjetas.

Eu me encontrava completamente desnorteado, quando alguns companheiros de A.A. tentaram me ajudar dizendo-me que eu deveria ter a mente aberta e humildade, pois assim eu seria novamente conduzido à fé . E que eu não faltasse às reuniões de A.A., pois com certeza, Deus me ajudaria e me devolveria à sanidade.

Mas o que realmente me libertou de todos os traumas religiosos foi justamente uma carta que recebi de uma companheira da cidade de Campinas/SP., quando eu me correspondia com a "RIS" ( Reunião de Internacionalista e Solitários).

Ela me enviou uma reportagem que saiu no jornal onde contava a incrível história de um garotinho que permaneceu agarrado a um toco de árvore dentro de um rio por três dias esperando socorro de seu pai.

Eles estavam pescando e foram acometidos por uma forte tempestade.

O pai do garoto não conseguindo trazê-lo devido à forte correnteza ordenou que ele se agarrasse àquele toco e não o largasse por nada.

Quando o garoto foi encontrado pelos policiais levaram-no ao hospital e tendo alta os repórteres lhe perguntaram se ele não teve medo de morrer.

O garoto com um grande sorriso no rosto respondeu que não, pois tinha certeza que seu pai voltaria para salvá-lo.

Estou no programa de de A.A. há oito anos e meio, e sóbrio.

Segurei no galho e não o larguei por nada. Consegui me encontrar com Deus na forma que eu O concebo.

Hoje tenho uma fé que funciona! Hoje sei que esteja onde eu estiver, aconteça o que acontecer haja o que houver, nunca mais estarei sozinho!

Garcia/Ribeirão Preto/SP
Revista Vivência - Matéria do Mês - Edição 112

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Espiritualidade em A.A.

 

O que é espiritualidade?

Certa vez fizeram esta pergunta ao Dalai-Lama e ele deu uma resposta extremamente simples “Espiritualidade é aquilo que produz no ser humano uma mudança interior”. Não entendendo direito, alguém perguntou novamente: mas se eu praticar a religião e observar as tradições, isso não é espiritualidade? O Dalai-Lama respondeu. Pode ser espiritualidade, mas, se não produzir em você uma transformação, não é espiritualidade.

Parece-me que o principal a ser retido desse pequeno diálogo com o Dalai-Lama, é que espiritualidade é aquilo que produz dentro de nós uma mudança. O ser humano é um ser de mudanças, pois nunca está pronto, está sempre se fazendo, física psíquica, social e culturalmente. Mas há mudanças e mudanças. Há mudanças que não transformam nossa estrutura de base. São superficiais e exteriores, ou meramente quantitativas.

Já a Espiritualidade em A.A., é algo muito sublime, o prazer de viver é o tema e a ação sua palavra chave, o meio de que A.A. dispõe em nosso preparo para a recepção dessa dádiva, está na prática dos Doze Passos de nosso programa. Portanto, procedamos a um rápido levantamento do que temos tentado fazer até aqui.

O Primeiro Passo nos revelou um fato surpreendentemente paradoxal: descobrimos que éramos totalmente incapazes de nos livrar da obsessão pelo álcool até que admitíssemos nossa impotência diante dele. No Segundo Passo vimos que já não éramos capazes de, por nossos próprios meios, retornar à sanidade, e que algum Poder Superior teria que fazê-lo por nós, para que pudéssemos sobreviver. Em conseqüência, no Terceiro Passo, entregamos nossa vontade e nosso destino aos cuidados de Deus, na forma em que o concebemos.
A título provisório, aqueles de nós que eram ateus ou agnósticos descobriram que o nosso Grupo ou AA no todo, poderia atuar como Poder Superior. A partir do Quarto Passo começamos a procurar dentro de nós as coisas que nos haviam levado à bancarrota física, moral e espiritual e fizemos um corajoso e profundo inventário moral. Em face do Quinto Passo decidimos que apenas fazer um inventário não seria suficiente, sabíamos que era necessário abandonar nosso funesto isolamento com nossos conflitos e, honestamente, confiá-los a Deus e a outro ser humano. No Sexto Passo, muitos dentre nós recuaram pela simples razão de que não desejavam a pronta remoção de alguns defeitos de caráter dos quais ainda gostavam muito, sabíamos, porém, todos, da necessidade de nos ajustar ao princípio fundamental deste passo, portanto decidimos que embora tivéssemos alguns defeitos de caráter que ainda não podíamos expulsar, devíamos de todos os modos abandonar nossa obstinada e revoltante dependência deles. Dissemos, “Talvez não possa fazer isso hoje mas, pelo menos, posso parar de protestar. Então no Sétimo Passo, rogamos humildemente a Deus que, de acordo com as condições reinantes no dia do pedido e, se esta fosse a Sua vontade, nos libertasse de nossas imperfeições. No Oitavo Passo, continuamos a limpeza de nosso interior, pois sabíamos que não só estávamos em conflito conosco, como também com pessoas e fatos do mundo em que vivíamos. Precisávamos começar a restabelecer relações amistosas e, para esse fim, relacionando as pessoas que havíamos ofendido, nos propusemos, com disposição, a remediar os males que praticamos. Prosseguimos nesse desígnio no Nono Passo, reparando diretamente junto às pessoas atingidas, os danos que causamos, salvo quando disso resultassem prejuízos para elas ou outros. No Décimo Passo, havíamos iniciado o estabelecimento de uma base para a vida cotidiana, conhecendo claramente que seria necessário fazer de maneira contínua o inventário pessoal, admitindo prontamente os erros que fôssemos encontrando. No Décimo Primeiro Passo, vimos que, se um Poder Superior nos havia devolvido à sanidade e permitido que vivêssemos com relativa paz de espírito num mundo conturbado, valia a pena conhecê-lo melhor, através do contato mais direto possível, ficamos sabendo que o uso persistente da oração e da meditação abria, de fato, o canal para que, no lugar onde havia existido um fio de água, corresse um caudaloso rio que levava em direção ao indiscutível poder e a orientação segura de Deus, tal como estávamos podendo conhecê-lo, cada vez melhor.

Assim, praticando esses passos, experimentamos um despertar espiritual e a espiritualidade em AA sobre o qual não nos restava a menor dúvida, e agora, o que diremos do Décimo Segundo Passo? A energia maravilhosa que ele desencadeia e a ação pronta pela qual leva nossa mensagem ao próximo alcoólico sofredor, e que finalmente convertem os Doze Passos em ação sobre todas as nossas atividades é a recompensa, a magnífica realidade de Alcoólicos Anônimos, é comum em quase todos os membros de AA, a afirmação de que nenhuma satisfação é mais profunda e nenhuma alegria é mais intensa e duradoura do que um décimo segundo passo bem executado, contemplar os olhos de homens e mulheres se abrirem maravilhados à medida em que passa das trevas à luz, suas vidas se tornando rapidamente cheias de propósito e sentido, famílias inteiras se reintegrando, o alcoólico sendo recebido alegremente em sua comunidade como cidadão respeitável, e acima de tudo, ver estas pessoas despertadas para a presença de um Deus amantíssimo em suas vidas, são fatos que constituem a essência do bem que nos invade, quando levamos a mensagem de AA ao irmão sofredor. Isto é espiritualidade em AA.

Agora, a maior pergunta que já fizemos: o que dizer da prática destes princípios em todas as nossa atividades? Temos condições para amar a vida em todos os seus aspectos com tanto entusiasmo quanto amamos aquela pequena parcela que descobrimos, quando tentamos ajudar outros alcoólicos a alcançar a sobriedade? Somos capazes de levar às nossas vidas em família, por vezes bastante complicadas, o mesmo espírito de amor e tolerância com que tratamos nossos companheiros do grupo de AA? As pessoas de nossa família que foram envolvidas e até marcadas pela nossa doença, merecem de nós o mesmo grau de confiança e fé que temos em nossos padrinhos? Estamos prontos para arcar com as novas e reconhecidas responsabilidades que nos cercam? Além do mais, como podemos nos ajustar à derrota ou ao êxito aparentes? Podemos aceitar e nos adaptar a ambos sem desespero ou orgulho? Podemos aceitar a pobreza, a doença, a solidão e o luto com coragem e serenidade? A resposta de AA, a tais perguntas é: sim tudo isso é possível, se vivenciarmos os Doze Passos de AA. Isso é espiritualidade em AA. É mais maravilhoso ainda, sentir que não é necessário sermos especialmente distinguidos dentre nossos companheiros para podermos ser úteis e profundamente felizes. Muitos de nós podemos ser líderes proeminentes e nem querem ser, o serviço prestado com prazer, as obrigações cabalmente cumpridas, os reveses calmamente aceitos ou resolvidos com a ajuda de Deus, o reconhecimento de que, tanto no lar como fora dele, somos confrades num esforço comum, o bem compreendido fato de que, perante Deus, todos os seres humanos são importantes. A prova de que o amor, livremente oferecido, na certa traz um retorno total, a certeza de que não mais estamos isolados e sozinhos em prisões criadas pela nossa mente, a segurança de que não somos mais desadaptados, senão que nos integramos e fazemos parte do esquema de coisas criadas por Deus. Estas são as satisfações permanentes e legítimas de que fruímos de uma vida correta, que nenhuma pompa ou ostentação de riquezas materiais poderá suplantar, isto é espiritualidade em AA, é dar sem esperar nada em troca, é viver e deixar viver, isto é espiritualidade em AA.

Juracy M.   www.aaareadodf.org       Colaboração,  Grupo Carmo Sion de AA

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Convite para Temática



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ALCOÓLICOS ANÔNIMOS
GRUPO ARAÇÁS
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Reuniões: Segunda, terça, quarta e sexta 19:30h.
(Próximo ao Maderauto Material de Construção)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Primeira Reunião do Grupo em Itapoã - Vila Velha - ES



Aos Companheiros, Companheiras, Amigos e Amigas de AA.
É com grande satisfação que convidamos para Primeira Reunião do
Grupo de Alcoólicos Anônimos em Itapoã, Vila Velha - ES.
Informamos ainda que em breve estaremos realizando uma Reunião de Informação ao Público.
Desde já agradecemos sua presença.
Serenidade e PAZ.
 
 

domingo, 13 de janeiro de 2013

JANEIRO É TEMPO DE DAR O PRIMEIRO PASSO

” PRIMEIRO PASSO “

Por B.L, Manhattam, N.Y.(Publicado na Revista Grapevine)image

Admitimos que éramos impotentes perante o álcool; que tínhamos perdido o domínio de nossas vidas”.
Antes de meu ingresso em A.A, eu tinha dado o Primeiro Passo lentamente através de um período de vários anos. Não foram as pessoas de A.A. as que me ajudaram nisto; foram todos aqueles não-alcoólicos que nunca compreenderam nem souberam tratar a mim e a minha enfermidade. Hoje, fazendo um retrospecto, estou agradecido pela sua rudeza, porque me forçaram a conhecer A.A, já lá se vai
vinte e cinco anos.
Esse vacilante passo inicial que dei para a recuperação em A.A. não se encontrava anotado realmente na Primeira das Doze pegadas que os membros pioneiros de A.A. haviam deixado para guiar-nos. Porém, antes de minha chegada a A.A., eu havia começado a dar-me conta de que minha maneira de beber estava me ocasionando problemas. Isto, certamente, era difícil de crer; conhecia muita gente bebedora que não se metia em problemas. É verdade que minha vida era desastrosa seqüência de dificuldades, mas argumentava comigo mesmo que a causa de tudo aquilo não podia ser a bebida. O destino, simplesmente, me havia tratado mal e por isto havia deteriorado minha família, minha vida amorosa, meu trabalho e as relações com meus chefes, minhas angústias econômicas, meus amigos, minha insônia, meu nervosismo.
Não obstante, continuava buscando desesperadamente provar que a bebida não era um problema para mim. Se eu era um fracasso com a bebida e não um êxito, não era por falta de intentos! Olhando para trás não se fazia tão difícil entender porque eu não podia (como outros não têm podido) aceitar minha incapacidade para beber, para a qual (a incapacidade) a adicção farmacológica é uma explicação simples. As recompensas, prazeres e gratificações da bebida eram tão extraordinárias! Beber era muito fácil. Sua ação era quase instantânea, anestesiando como por arte de magia, qualquer sensação de descontentamento. Era aceito socialmente. Toda minha vida social, todas as atividades que eu considerava divertidas, estavam acompanhadas invariavelmente pelo álcool.
A idéia de não beber era aterradora por ser desconhecida. Imaginava-me numa existência desprovida de graça, alegria e encanto. Deixar de beber significaria ter que me converter em um desses tipos rígidos, intolerantes e puritanos.
Para mim é muito importante recordar agora que toda minha vida estava comprometida, não somente os benefícios aparentes do álcool. O mentir aos outros e o permanecer submerso na autocomiseração eram hábitos que não me produziam temor porque os conhecia muitíssimo bem. Com eles me sentia mais cômodo e, em certos aspectos, até os considerava divertidos. Ademais, tinha permanentemente uma desculpa maravilhosa para justificar-me por meus feitos insanos: “Estava bêbado”.
Deixar de beber, então, parecia-me uma proposição desagradável e insuportável. E, além de tudo, talvez não fosse necessário fazê-lo, se conseguisse que as pessoas mudassem sua atitude para comigo, verdade?

Mas não. As pessoas não mudavam e, antes pelo contrário, pioravam. Minha família, em seu descontentamento, enfatizou que a fonte de todos os meus males era a bebida. Os amigos que expressaram preocupação e os chefes que me despediram ajudaram a conformar esta verdade. Pessoas desconhecidas e donos de bares que procuravam ajudar-me, diziam: “Você não deveria beber”. Um policial que me prendeu por desordem e embriaguez, um médico que me repreendeu pela minha maneira exagerada de beber, um dono de mercearia que me cobrou o que eu lhe devia, um operário que me retirou aos empurrões de uma taberna, todos eles ajudaram no ensino da lição.
Os reiterados fracassos em meu esforço solitário para “fazê-lo melhor”, foram criando um desespero interior que acabou por, finalmente, quebrantar meu falso raciocínio e meu orgulho. Alçado à borda da loucura, encontrei um artigo jornalístico sobre A.A.
Assim, ao primeiro dia em que telefonei para A.A., minha luta já não era tão intensa contra a enorme evidência de que o álcool era a causa do caos em que minha vida se encontrava. Eu havia admitido também, muito a contragosto, que não podia manejar a bebida.
É claro que minhas conclusões não eram necessariamente equivalentes a um diagnóstico científico do alcoolismo. Quaisquer médicos, conselheiros ou profissionais desta área que conheça a lista de sintomas do alcoolismo, elaborada pelo Dr. Jellinek, pode determinar corretamente se um determinado bebedor apresenta ou não os sintomas. Mas um diagnóstico efetuado por outra pessoa não constitui um passo para a recuperação do bebedor, a menos que ele mesmo dê o Primeiro Passo de A.A. Eu o dei cegamente ao início, e embora não o tenha feito da melhor forma, qualquer modo de começar é melhor do que nenhum. Nos anos subseqüentes dentro de A.A. encontrei através de meu esforço consciente e sistemático o caminho para entender e praticar todos os Passos, e eles reiteradamente adquirem em mim valores novos e surpreendentes.
Para mim, a parte mais árdua do Primeiro Passo está na implicação do fato de que minha vida havia se tornado ingovernável. Tendo os efeitos de minha vida alcoólica apenas superados, pude ver mais claramente que nunca o grau de desordem em que me encontrava, o prolixo trabalho de recuperação que me esperava, e compreendi que para permanecer sóbrio, teria que investir numa gigantesca tarefa de reabilitação pessoal em muitos aspectos que, pelo menos aparentemente, não estavam ligados ao álcool.
Em síntese, o praticar apenas um passo desde o tenebroso abismo do alcoolismo até a claridade da vida sóbria não me levaria muito longe. Seria suficiente para mim o vaguear por perigosos caminhos estreitos e atalhos, em vez de transitar pela ampla avenida do programa de A.A? Ou deveria escolher o caminho traçado pelas pegadas de todos os A.As. que me haviam precedido? A escolha era exclusivamente minha. Poderia seguir qualquer caminho, mas era necessário que me orientasse pelo caminho exato se, de fato, desejava chegar ao lugar onde se encontravam meus companheiros de AA. Posto que já havia praticado o Primeiro Passo, podia perfeitamente estacionar ali. Podia simplesmente deixar de beber, e ponto final. Podia contentar-me em apenas sobreviver, e aquietar-me como uma uva seca pelo resto de minha vida.
Transitar pelo caminho do programa pareceu-me muito difícil, até que alguém me disse:
“Caminha passo a passo”. De sorte que tomei a rota marcada pelas pegadas da esperança, a resolução e a ação. As pessoas que encontrava em minha volta eram sóbrias e alegres por estarem trilhando este mesmo caminho. Escutando atentamente suas histórias, ouvi algumas mais horripilantes que a minha; outras não eram tanto. Se me tornou evidente que todos aqueles alcoólicos haviam sentido em alguma oportunidade a mesma desesperança, os mesmos medos, dores e angústias que eu havia experimentado.
Também era óbvio que as pessoas com problemas alcoólicos similares aos meus, puderam sobrepor-se a eles e, ainda que parecesse inacreditável, rirem-se deles. Por outro lado, era evidente que aquelas pessoas tinham muito mais conhecimento acerca do alcoolismo do que eu. Eles sabiam que se tratava de uma enfermidade que podia enganar suas vítimas, e que o maior perigo residia no primeiro gole.
Eles tinham alguma informação, ou magia, ou segredo, ou poder dos quais eu carecia, mas que se os utilizasse poderia seguir adiante. Tinha que crer naquilo que via: que algum poder mais sábio, mais forte e maior que o meu poderia devolver-me à sanidade. Logo cheguei a uma decisão que sequer notei quando ocorreu: Tratar de praticar esse plano de A.A., ainda que em princípio não o compreendesse. Alguém disse que nesta atitude mostrava-se a ação de Deus. Como vi que outros incrédulos como eu também estavam se beneficiando, disse para mim mesmo que não perderia nada se tentasse.
Havendo começado com o Primeiro Passo, tenho dito que os demais Passos além de corretos são altamente benévolos. E ainda não conheço outras sugestões que sejam mais efetivas como programa de recuperação.

B.L., Manhattan, N.Y              Tradução: Edson H.            Colaboração, blog do Grupo Rosa Mística de AA

sábado, 12 de janeiro de 2013

Reflexão de 12 de Janeiro

 

ACEITANDO NOSSAS CIRCUNSTÂNCIAS ATUAIS46113558_1

 

Nosso primeiro problema é aceitar nossas circunstâncias atuais como elas são, a nós mesmos como somos e as pessoas em torno de nós momo elas são. Isto é adotar uma humildade realista, sem a qual não se pode nem mesmo começar a realizar progressos. Novamente precisamos voltar a este desagradável ponto de partida. È um exercício de aceitação que podemos praticar com vantagens todos os dias de nossas vidas.
Desde que evitemos, arduamente, tornar este levantamento realista dos fatos da vida em desculpas irreais para a apatia e o derrotismo, eles podem ser o alicerce seguro sobre o qual pode ser construídos uma saúde emocional aumentada e, portanto, o progresso espiritual.

NA OPINIÃO DO BILL 44 - Aceitação diária

 

Comentário de um Companheiro de AA

Quando estou tendo uma fase difícil para aceitar pessoas, lugares ou acontecimentos, volto a esta passagem, o que me alivia bastante do medo subjacente, em relação aos outros, ou às situações que a vida me apresenta. O pensamento me permite ser humano e não perfeito, e recobrar a minha paz de espírito.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Recair a seco e recair ativo


O adicto recai antes de recaír. Quando se diz que recaíu, já há algum tempo que a recaída se tinha efetivado mesmo que "a sêco".
Recaí-se numa atitude mental. Recai-se numa forma de viver. Recai-se no continuar mergulhado no mesmo ambiente de sempre. E isso tudo é a recaída. A retomada da dita adicção ativa, seja beber, seja internet a mais, seja jogo, ou sexo predatório ou manipulador... essa retoma é um detalhe.
A recaída acontece porque a adicção, qualquer adicção, é uma doença do âmago, do centro, em torno da qual a personalidade tendeu a desenvolver-se. Os valores, aquilo a que se dá importância, o tipo de pessoas que nos habituámos a validar... os nossos modelos, os pressupostos pelos quais guiámos toda a nossa vida, levaram-nos até ali. Até à perda de controle e à ingovernabilidade que fazem do adicto um adicto.
E é tudo isso que o prende à recaída. Não é o álcool. Não é a droga. O desmame químico faz-se relativamente rápido. A recaída não resulta da química apenas. É um conjunto coerente entre a química, a personalidade e o meio. E com estes três iguais, como podia o resultado ser diferente?
Prevenção de recaída é muito mais do que evitar o álcool. Evitar o computador ou o maço de cigarros.
Evitar é um eufemismo.
Prevenção de recaída é um exercício de auto-consciência que assusta o adicto de morte!! Alienar-se dessa auto-consciência foi tudo o que o adicto tentou fazer todo o tempo em que andou em adicção ativa. Esse entrar em contato com o espectro de emoções para um adicto não é como possa imaginar-se, não é um mero exercício de ponderação.
A constante exposição à alienação foi retirando a camada protetora que todos os humanos saudáveis desenvolvem através do contato consigo mesmo perante as muitas situações da vida. O adicto não tem essa camada protetora porque a descalibrou à força de tanto evitar.
Então é como um exame de consciência em carne viva. É um ato de coragem heróico.
Quando um adicto aceita ver-se com honestidade este faz mais do que a sociedade inteira costuma conseguir fazer, porque é um olhar sem proteção, é como uma alma despida.
É por isso que não se pode expôr toda esta enorme ferida ao ambiente corrosivo que começou por provocá-la.
É por isso que os grupos de 12 passos precisam ser sobretudo nutrivos e acalentadores. O adicto que aceita iniciar este processo está a escolher entre ter ou não anestesia para a maior aventura da sua vida. Só quem passa por isso pode ajudar, entender, validar e dar esperança e caminhos de consciência.
Só a consciência tem consciênca e essa é a consciência de grupo. Essa é a comunidade de que o adicto em recuperação precisa de se fazer rodear, sendo apadrinhado e tendo apoio 24h sobre 24h no início. Cada minuto doi, porque parece que é assim para a vida toda e ninguém aguentaría isso.
Então "só por hoje". Só hoje, é necessário manter alerta um exercício de observação sincero.
Só por hoje re-avaliar valores. Só por hoje pôr em causa aqueles que um dia pareciam ter valor mesmo enquanto íamos sendo destruídos por essas metas, esses referenciais.
Novos amigos, novos lugares, novas experiências, sem euforia, sem novas alienações alternativas. Sem fugir para adicção seguinte ou a seguinte a essa. Sem facilitismos perigosos, sem querer estar curado do dia para a noite.
Prevenção de recaída é para toda a vida.
Mas felizmente aprendemos juntos, que a vida toda, é só por hoje.
E hoje dá para aguentar. Pelo menos agora dá.

Colaboração Grupo Carmo Sion BH MG

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

ORGULHO, UMA VENDA EM MEUS OLHOS!

 

Orgulho, uma venda em meus olhos!

"Eu ainda possuía uma bela casa em um bairro nobre da minha cidade, um carro do ano e um diploma de médico".

Foi lá pelos idos do outono de 1982, que um amigo me convidou a assistir uma reunião de Alcoólicos Anônimos.

Dizia ele que era para dar apoio moral a um irmão seu, que havia recentemente ingressado em A.A.

Relutei muito, pois não acreditava neste negócio de grupos de auto-ajuda.

Como psiquiatra eu me achava o supra sumo da saúde mental. Se nós médicos não resolvêssemos, ninguém jamais resolveria. Ainda por cima eu pensava ser esta doença mais moral que orgânica ou mental.

Acabei indo a tal reunião, somente pela grande afetividade que nutria pelo meu amigo. Não gostei. Achei que aquele povo, em sua maioria analfabeto, nunca poderia ajudar a mim ou a algum outro. Mais uma vez dormi embriagado, naquela noite.

Não passava por minha cabeça que o convite não era por causa do irmão do meu amigo, pois ele não necessitava da minha ajuda, já que tinha o A.A. eu, sim, que era um homem carente, prepotente e emocionalmente doente. Antes de ser médico eu era um ser humano, e como tal poderia ser portador de qualquer doença, inclusive o alcoolismo.

Eles não iriam me ensinar medicina; iriam me informar como parar de beber, pois eu não sabia e isto não tinha nada a ver com meu lado intelectual.

Mas eu possuía um defeito muito perigoso, o orgulho, que era como uma venda a tampar minha visão, não me permitindo enxergar e entender isto.

Seis meses se passaram.

Eu ainda possuía uma bela casa em um bairro nobre da minha cidade, um carro do ano e um diploma de médico. Não tinha mais amigos nem colegas e meu consultório estava fechado há tempos; minha família havia me abandonado.

Minha esposa se foi e com ela se foram também meus dois filhos, ainda crianças. No dia 21 de novembro de 1982, acordei na minha grande e vazia casa, numa tremenda ressaca e muito depressivo. Olhei para as paredes do meu quarto e vi duas fotos dos meus filhos sorrindo para mim. Neste momento notei o que eu havia perdido. Tudo estava terminado. Não podia suportar a idéia de morrer aos poucos com estes tremendos sofrimentos. Só restava uma saída: o suicídio.

Como tinha dois revolveres, fui pegar um deles, o de maior calibre para dar um tiro em minha cabeça. Não encontrei nenhum deles, minha esposa antes de partir tinha dado fim nestas armas. O pânico tomou conta do meu ser. Tinha medo da vida e também da morte. O que fazer? Instintivamente me ajoelhei e gritei com toda minha força: - MEU DEUS ME AJUDE!

Recordo-me que naquele momento uma espécie de serenidade tomou conta de mim. Meu quarto parecia estar cheio de pessoas amigas e eu me sentia mais só. Fui ao telefone e liguei para meu amigo, que com um membro de A.A. me levou a uma clínica de desintoxicação.

Ao sair de lá comecei a frequentar as reuniões de Alcoólicos Anônimos, sendo que até hoje não mais bebi nem tive vontade de beber, pois encontrei a humildade.

Reconquistei tudo que havia perdido inclusive minha família.

Hoje sei que se ainda vivo é somente pela Graça de Deus e pela nossa querida Irmandade: Alcoólicos Anônimos.

JB. /Cuiabá/MT

A vida é o dia-dia. O hoje é tudo que temos. E qualquer pessoa pode passar um dia sem beber.

Primeiro tentamos viver no presente só para não beber e vemos que funciona. E, depois que essa ideia se torne parte de nosso modo de pensar verificamos que viver a vida em pedacinhos de 24 horas é uma forma eficaz e agradável de lidar com outros assuntos também.

(Viver Sóbrio)

 

Vivência nº. 103 Set. /Out. 2006.                                                  Colaboração, Grupo Carmo Sion de AA

GRUPO EM TERRA VERMELHA, CONVIDA - 12/01/2013 - SÁBADO


ALCOÓLICOS ANÔNIMOS
GRUPO ARAÇÁS
Rua Caracas, 103 - Araçás - Vila Velha - ES - CEP: 29103-540
Reuniões: Segunda, terça, quarta e sexta 19:30h.
(Próximo ao Maderauto Material de Construção)

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

TEMÁTICA PRIMEIRO PASSO


VENHA E TRAGA MAIS UM
ALCOÓLICOS ANÔNIMOS
GRUPO ARAÇÁS
Rua Caracas, 103 - Araçás - Vila Velha - ES - CEP: 29103-540
Reuniões: Segunda, terça, quarta e sexta 19:30h.
(Próximo ao Maderauto Material de Construção)

OS GRUPOS ANONIMOS DE MÚTUA AJUDA E O SÉCULO XXI

 

Pelo Dr. Eduardo Mascarenhas - Psicanalista
Vejo com a maior simpatia instituições como os Alcoólicos Anônimos e outras que derivaram dele. Não só já prestaram, prestam e prestarão inestimáveis serviços, como ainda representam um modelo de instituição moderna e democrática.
Creio que, no século XXI, a humanidade recorrerá cada vez mais a instituições desse tipo. Será a sociedade tratando a própria sociedade. Sem nada de autoridades ou superiores, nada de médicos, psiquiatras, psicanalistas ou psicólogos. Apenas pessoas que viveram na carne certos problemas, aprenderam a controlá-los e estão aptas a auxiliar pessoas com problemas semelhantes.
Não se fala tanto de democracia, de organização da sociedade, de fortalecimento de suas instituições privadas? Que é preciso que a sociedade esteja livre da inevitável burocracia do Estado?
Pois bem, instituições como esses grupos anônimos de auxílio mútuo fortalecem a sociedade civil, tornando-a mais autônoma do jogo de influências políticas. É a própria sociedade se auto administrando, buscando nela própria a solução de seus problemas.
Aliás, essa é uma boa maneira de evitar o empreguismo, a politicagem, os tráficos de influência, as mordomias, a corrupção, a arrogância dos burocratas. Chega de tecnocratas, de especialistas sabichões! Vamos devolver ao cidadão comum a plenitude de sua cidadania. Vamos extinguir os paternalismos e deixar as pessoas, elas próprias, inventarem os meios de enfrentar suas dificuldades. Acima de tudo, esse tipo de instituição não depende de nenhum Inamps da vida, está é alheia ao jugo estatal ou aos interesses de grandes empresas. Além disso, a mistura de classes sociais nesses grupos representa não só inestimável lição de vida como também de democracia. O convívio de pessoas diferentes resulta sempre numa experiência enriquecedora.
Os pobres, convivendo de perto com os ricos, poderão descobrir que estes não são feitos de outra argila e, a não ser pelos recursos exteriores, não são tão poderosos assim.
Já os ricos, convivendo tão de perto com os pobres, serão obrigados a enxergar mais além das aparências imediatas e descobrir que falta de escolaridade não é sinônimo de burrice, e que muitos analfabetos são capazes de rara sensibilidade e sabedoria. Não frequentaram os bancos acadêmicos, é verdade, mas cursaram a escola da vida.
Apesar de não possuírem qualquer coloração política, esses grupos anônimos de auxílio mútuo são, nesse sentido, profundamente políticos.
Não estou, com essas considerações, querendo diminuir a importância da medicina ou da psicanálise. Não se trata de opô-las aos grupos anônimos. Cada qual tem seu valor específico, sua eficácia específica e muitas vezes se complementam. Não há, por exemplo, nenhuma incompatibilidade entre frequentar um grupo anônimo e fazer psicanálise. Pelo contrário, pode haver até um ganho exponenciado, complementar. Por essas e outras, os grupos anônimos travam o melhor relacionamento possível com os profissionais da área de saúde. E - justiça seja feita - cada vez mais médicos e psicanalistas vêm mantendo excelentes relações com os grupos anônimos.
Claro que há exceções: alguns, por desconhecimento ou preconceito, já não agem assim; outros, por excessiva vaidade profissional, pela presunção de que tudo sabem e tudo podem.também não; isto sem contar, é óbvio, aqueles que hostilizam os grupos anônimos movidos por interesses inconfessáveis - temem perder clientes ou o monopólio de salvadores da humanidade adoecida ou aflita.
A meus pacientes de consultório que são alcoólatras ou padecem de alguma outra dependência química, não hesito um só momento em recomendar os grupos anônimos. Faço isso com a mesma naturalidade com que indico um gastroenterologista a um amigo que esteja com uma úlcera no estômago.
 
Colaboração Grupo Carmo Sion de AA


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Sua busca pela humildade.

DR. BOB

Muitos coordenadores procuraram elevar sua responsabilidade, referindo-se ao Dr. Bob como “o fundador do maior, do mais magnífico e maravilhoso, do mais importante movimento de todos os tempos” etc. Em uma dessas ocasiões, Dr. Bob sussurrou: “O orador, certamente, está perdendo muito tempo”.

dr.bobA atitude do Dr. Bob frente aos altos elogios e aplausos em pé tinha algo a ver com sua busca pela humildade “uma coisa que a maioria de nós não possui”.

“Não acredito que eu tenha algum direito de estar orgulhoso por obter a sobriedade”, dizia. “Foi somente através da graça de Deus que consegui. Posso me sentir muito agradecido por ter sido privilegiado em conseguir...Se minha força vem de Deus, quem sou eu para ficar orgulhoso disso?”.

Sobre sua mesa, em seu consultório, Dr. Bob tinha uma placa que definia humildade: “É o silencio perpétuo do coração. É estar sem problemas. É nunca estar descontente ou atormentado, irritado ou ofendido; não se surpreender com qualquer coisa que me façam, sentir que nada é feito contra mim. É estar tranquilo quando ninguém me elogia e quando sou culpado ou desprezado, é possuir um lar abençoado em meu interior onde eu posso entrar, fechar a porta e me ajoelhar diante do meu Pai em segredo e estar em paz, como em um profundo oceano de tranquilidade, quando tudo ao meu redor e perto de mim parece ser um problema”.

A partir do ultimo gole de Dr. Bob e do inicio da Irmandade, sua histórias se entrelaçam – através da interdependência – com aqueles primeiros membros e dos Grupos pioneiros do Meio-Oeste.

Ainda em seus últimos anos, Dr. Bob foi levado a duras discussões e eventuais decisões que asseguraram o futuro de A. A. no mundo inteiro.

"Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos"

Boas 24 horas

 

Colaboração Companheiro Wagner – SP