Uma parte deste texto, (que parece ser um diálogo), se perdeu. Gostaríamos de reescrever este texto com sua opinião!
Sua participação é muito importante!
Eis aí uma colaboração de um Compº…
Caros Companheiros:
Gostei da experiência. Sentí-me dentro da historinha.
O resultado obtido já não mais me pertence.
Se poderá ajudar, vocês estão livres para dar-lhe o melhor destino.
Abraços fraternais,
RESPOSTA:
O diálogo, pelo telefone, de duas pessoas, amigas, que estão em lados diferentes, ocasionou uma longa conversa na qual um dos interlocutores, demonstrando sentir-se desesperado com a sua situação, desesperançado, desiludido com a vida, relatou não saber como se libertar de seu grande problema – o alcoolismo.
Em determinado ponto da conversa ele desabafa: "Não consigo mais viver sem o álcool"!
Foi quando o outro, que já passara por aquele mesmo problema e agora estava experimentando uma nova maneira de viver sem a necessidade do álcool disse:
- Pode, pode sim!
E a conversa prosseguiu. O outro obtemperou, de pronto.
- Engana-se, meu amigo. Já não mais encontro sentido pra minha vida. Não consigo me livrar das amarras que me aprisionam a esse terrível "vício". Já perdi tudo que era possível perder. Só me resta a vida. E por ela já não encontro forças para lutar.
(Aqui ele vai falar de A.A., sugerir.)
- Você conhece?
- Não; não conheço nada!
- Já ouviu falar?
- Algumas vezes ouvi falarem num tal de Alcoólicos Anônimos, que dizem fazer milagres. Eu, simplesmente, não acredito e nem confio em mais nada.
- Hum, já disseram pra você!
- Sim. Já me disseram e até me deram um folheto sobre esse tal de A.A. Comecei a ler umas perguntas que eles fazem, mas aborreci-me e joguei-o na lata de lixo.
- Verdade, alguns zombam!
- No meu caso, não considero zombaria. O que não consigo é acreditar em qualquer coisa que possa me ajudar. Eu já não tenho mais interesse pela vida.
- Vira até gozação!
- Sim; muitos são os que fazem gozação quando ouvem falar sobre esse assunto e sobre essa instituição. Fazem gozação, também, com aqueles que tentam se libertarem das garras desse inimigo, buscando ajuda nesta instituição. Classificam-nos de fracos e de se deixarem dominar por outras pessoas.
- Mas é sério...
- Sim. É sério. Embora possamos admitir para nós mesmos o nosso sofrimento, uma espécie de orgulho nos impede de aceitar qualquer tipo de fraqueza. Eu, já me sinto dominado e não tenho vontade de reagir.
- Vai acontecendo.
- Vai, sim. Comecei bebendo pequenas doses de bebidas mais fracas e respeitando grandes intervalos. Com o passar do tempo fui procurando bebidas mais fortes e os intervalos foram diminuindo.
- Nem se percebe.
- Como disse acima, o processo se desenvolveu sem que eu pudesse controlar. Aos poucos fui sendo dominado, ficando cada vez mais dependente dos efeitos da bebida.
- E o sinal é muito claro!
- Pode ser que haja algum sinal, mas não para mim. Provavelmente as outras pessoas possam ter percebido.
- Também é...
- Sim. E, devo admitir ser tão gostoso o prazer que os efeitos da bebida exercem em mim, que não sei mais viver sem esses efeitos. Mas, só Deus sabe o quanto eu gostaria de viver sem o sofrimento que a bebida me proporciona depois. Ah, como sofro com as ressacas!
- Poxa que bom que você pensa assim!
- De fato, eu gostaria muito de viver de maneira diferente, longe desse maldito vício, mas não encontro força suficiente para lutar. Deixar de sofrer e fazer sofrer os meus familiares. Você me diz que posso alimentar esperança. Quem sabe eu possa tentar? Afinal, posso perceber o quanto está lhe fazendo bem.
- É o que chamamos de reflexiva.
- Você me diz que eu sou um doente? E que a minha doença está se refletindo nas pessoas que mais me amam? Afinal, que doença é essa?
- Demais.
- Isso é demais para o meu entendimento...
- A tendência é essa!
- Hum! Será que entendi? A minha doença é física, mental e espiritual e se reflete nas pessoas que me rodeiam? Como posso me curar para não fazer tanto mal aos outros?
- Eu precisei.
- Você também teve essa doença? Conseguiu se curar, sem tomar remédios? Apenas indo às reuniões de A.A.? E logo você que tanto falava mal do tal A.A.
- Hoje eu respeito!
Ao mesmo tempo você me diz que enfrentou muita dificuldade, no começo, mas precisou admitir uma certa impotência perante o álcool e que depois disso as coisas foram acontecendo?
- Sem dúvida nenhuma.
- E isso funciona mesmo?
- Claro que funciona!
- Não vou duvidar. Mas mesmo assim acho que isso não seja pra mim.
- Eu sou um junto com eles.
- Então, vocês buscam forças uns nos outros para se esquentarem sem usarem o álcool?
- Não, não esquenta não!
- O álcool me aquece e me faz dormir...
- Muito fácil...
- Você tenta me convencer a todo custo. E eu lhe pergunto: como é possível algo tão difícil ficar muito fácil?
- É maravilhoso...
- Como já disse anteriormente, embora eu queira não encontro razão para continuar lutando. Pode até ser maravilhoso, mas...
- É mais que isso.
- É mesmo?
- Eu diria... um milagre!
- Há muitas pessoas, assim como você, que experimentaram o milagre? Gostaria de ir até lá, só pra ver!
- Vamos sim.
- Podemos? Hoje? Hoje tem reunião?
- Hoje, hoje tem.
- Você pode me levar? Posso te esperar a qual hora?
- Legal às 18h30 eu passo aí.
- Então vou lhe aguardar.
José Roberto S. – Barcelona–Serra/ES
10/abr/2012
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