CURTIR

domingo, 30 de setembro de 2012

Insanidade?

 

"Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós, poderia restaurar-nos à sanidade". Esse Passo foi extremamente fácil para mim, da primeira vez. Eu simplesmente falei: "Acredito que Deus pode restaurar-me para a sanidade." Foi isso, sem fanfarras, gritos ou trombetas.

Como eu era ignorante do Segundo Passo! Não tinha nenhum sentimento interno de aceitação e nenhuma crença verdadeira de qualquer espécie. E quem havia dito que eu era louco, para começar? Tudo o que admiti foi que era impotente diante do álcool, e que minha vida se havia tornado ingovernável, e não estava totalmente convencido disso. Minha impotência diante do álcool foi uma declaração que fui forçado a fazer, não uma na qual de fato acreditasse. Por outro lado, uma curta revisão da minha vida - a perda da minha licença de médico e dos meus bens terrenos, incluindo a casa e os carros - me convenceu de que minha vida era ingovernável. Mas era assim por eu ser impotente diante do álcool? E de onde haviam tirado esse negócio de insanidade.

Meu padrinho valeu seu peso em ouro para mim. Sean mostrou-me que havia algumas pequenas falhas no meu raciocínio, como estar negando a realidade da minha situação, e estar projetando as causas dos meus problemas para cima de outras pessoas, ao invés de admitir que a fonte deles era eu. Apontou que esses eram os mecanismos dos mentalmente doentes, e sugeriu que talvez por isso eu os tivesse usando. Sean também falou que se me fosse difícil demais admitir que era impotente diante do álcool, poderia fazer de conta que era impotente diante das minhas emoções, e que por isso bebia.

Sim, agora estávamos chegando em algum lugar. Podia admitir ser impotente diante das minhas emoções, sem ter um ataque de vergonha. Por isso me permitia dizer que minhas emoções eram a causa do meu beber; portanto, eu não era impotente diante do álcool, ou insano. Bastava um pouco mais de autocontrole sobre meus pensamentos.

Danado desse meu padrinho, só depois de alguns meses é que fui ver que quando eu dizia que bebia porque era impotente diante das minhas emoções, na verdade estava dizendo que era impotente diante do álcool. Comecei finalmente a acreditar nisso.

Sean destacou que a racionalização era também uma parte proeminente da minha personalidade, e como diz o Livro Azul: "Racionalizar é dar razões socialmente aceitáveis para um comportamento socialmente inaceitável é uma forma de insanidade." Agora Sean conseguira me encurralar. Admiti que minha vida estava ingovernável e que eu provavelmente era impotente diante do álcool. Porém, ainda precisei de muitos meses para realmente acreditar nessa última parte.

Eu passava pelo Segundo Passo num pé de vento. Declamava-o em voz alta, e era tudo. Mas de certa maneira me parecia que estava me safando de alguma coisa. Por que meu padrinho pudera brigar tanto pelo Primeiro Passo e agora simplesmente deixava que o Segundo Passo passasse batido? A ignorância é uma bem-aventurança, e eu andava precisando de alguma felicidade.

O que hoje suspeito é que Sean não criou um caso porque queria evitar altercações sobre Deus ou um Poder Superior. O Terceiro Passo já iria ser suficientemente duro, sem necessidade de entrar numa luta livre a respeito do Segundo. Tive imensas dificuldades para aceitar um Poder Superior. Na minha mente, confundí Deus e/ou um Poder Superior com religião. Eu não podia aceitar que dentre todas as religiões do mundo, apenas uma estivesse certa e as outras erradas. Também pensava que se não acreditasse num Deus, não poderia ser uma pessoa má que transgredia as regras de Deus. (Naquela época, não sabia que eu não estava sendo mau, apenas doente.)

Logo que entrei para A.A., estava num estado emocional deplorável. Havia feito uso de álcool e de substâncias químicas alteradoras do humor, na tentativa de sobreviver ao modo horroroso como a minha vida ia indo. Agora, ao me dizerem que não podia mais beber nem me drogar, achei que a vida não valia mais a pena. Como poderia suportar as agonias que teria de agüentar?

Nas reuniões de A.A, ví que as pessoas sóbrias pareciam estar calmas e felizes. Não sabia o que estavam tomando, mas obviamente fazia efeito. Eu queria um pouco disso, e se freqüentar as reuniões era o necessário para a gente se sentir melhor, então era isso o que eu faria. Do jeito que eu tinha feito, não funcionava mais. Estava disposto a tentar o jeito deles.

Fui a cem reuniões em noventa dias. Minha vida centrou-se nelas. Escutava, lia o Livro Azul, falava com meu padrinho e com muitas outras pessoas sobre o que elas achavam que estava sendo de ajuda para elas. Descobri a serenidade nessas reuniões, e comecei a sentir momentos de paz e calma. Alguma coisa estava acontecendo. Algumas das promessas pareciam estar virando verdade. Cada dia viajava vários quilômetros até meu local de emprego. Certa manhã, enquanto ruminava sobre as iniqüidades da vida, finalmente disse a mim mesmo: "Tá bom, vou tentar. Deus, pode pegar minhas preocupações. Não consigo lidar com elas. Sou apenas humano e não sou perfeito. Você, por outro lado, não é humano e pode tolerar esse estresse. Pode tratar da minha vida. Deixo a seu encargo os resultados e os "sês".

Imediatamente, senti paz e serenidade me inundando. Fiquei emocionado e vibrei com os resultados. Falei para mim: "É mesmo fácil fazer o Terceiro Passo. Simplesmente digo ao meu Poder Superior que assuma o controle, porque não dou mais conta."

Apesar de tornar a coisa bem difícil, o conceito era simples. Alcançara a serenidade ao entregar minha vida e minha vontade aos cuidado do meu Poder Superior. Havia dado início à minha caminhada rumo à sobriedade, que defini como sendo o estado de não estar bêbado - em outras palavras, um estado de equilíbrio mental e emocional.

Levou mais três anos de trabalho no meu Programa, para que me desse conta de que minha aceitação de um Poder Superior havia sido a coisa mais importante na restauração da minha sanidade. Foi a única coisa que me permitiu não permanecer no que poderia ter sido, mas sim viver minha vida neste minuto. Não imaginar catástrofes, mas sim apreciar a vida sem medo. A aceitação de Deus devolveu-me à sanidade.

(William S., Grapevine)                  (Vivência - Março/Abril 2002                 Colaboração, Grupo Carmo Sion de AA

terça-feira, 25 de setembro de 2012

NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS - SIGA OS SINAIS.


 


"Estávamos todos doentes e mergulhados num mundo triste quando me lembrei de
Alcoólicos Anônimos."
Sou uma pessoa privilegiada porque insisti em seguir os sinais que o Poder Superior, DEUS, me concebeu.
Se eu os tivesse ignorado, hoje talvez não tivesse experimentando esta tão benfazeja calmaria em meu lar.
Conheci Alcoólicos Anônimos em 1999 através de uma prima; ela queria ardentemente que aqui em minha cidade funcionasse um grupo de A.A. e que seu irmão freqüentasse para se recuperar do alcoolismo.
Justo nessa época eu vivia uma das piores fases do meu casamento, meu marido estava bebendo muito.
Quando para me casar, a única coisa que pedi a meu noivo era que nunca fosse um bebedor, pois já havia sofrido muito na infância com o alcoolismo do meu pai e presenciei o sofrimento de minha mãe.
Por essas coisas do destino, que a gente não consegue entender, acabei me casando com um alcoólico.
No início do nosso casamento ele bebia menos, depois, quando tivemos o nosso filho, ele ficou mais à vontade para beber, pois às vezes eu não saia à noite com ele por causa do neném, e então eu comecei a perceber que ele a cada dia chegava mais embriagado.
Nessa época em que minha prima apareceu com a idéia de formar um grupo de A.A. aqui em minha cidade, eu já estava desesperada, pois pedia a meu marido, conversava, chorava e nada mudava a sua atitude.
Fui ficando doente, deprimida e meu filho, então, apareceu com uma conjuntivite alérgica; em certos dias ele não conseguia nem desgrudar os olhos de manhã, de tanta secreção. Levei-o a uma médica e ela me perguntou se ele não estava passando por algum conflito familiar, algum problema na escola, etc.
Então entendi tudo... Meu filho estava fragilizado demais com a situação que reinava na nossa casa; ele não podia contar com o pai quando o mesmo chegava alcoolizado e nem comigo, pois eu estava 24 horas preocupada com meu marido: como ele vai chegar hoje? Será que já bebeu? Devo ficar calada? Não!
Vou conversar mais uma vez com ele!
Com isso percebi que meu filho não tinha apoio de nenhum dos dois.
Estávamos todos doentes e mergulhados num mundo triste quando me lembrei de Alcoólicos Anônimos, talvez a única chance de refazer a harmonia que o álcool retirou do nosso lar.
Quando comecei a levar meu filho a uma psicóloga, ela me disse que eu precisava mais de terapia que meu filho, pois estava completamente afetada pelo alcoolismo do meu marido; então, comecei a minha terapia, que me deu mais força para conhecer Alcoólicos Anônimos e agilizar a formação de um Grupo.
As primeiras reuniões que aconteceram aqui em minha cidade foram organizadas pela minha mãe, com muita gente convidada dos grupos de Belo Horizonte e outras cidades, que vinham aqui e falavam para duas ou três pessoas apenas, apesar dos convites, mas e o preconceito de quem precisa de A.A.?
Um dia eu já estava desesperada; meu marido não queria nem saber da reunião e pensei: ­ vou deixar isso de uma vez por todas; vou desistir de ficar insistindo com ele para ir abrir a sala de reuniões, a sala que eu havia conseguido; ele não tem nem vontade de ir lá, que dirá convidar alguém!
Comecei a chorar e nisso alguém chamou lá fora. Fiquei com muita raiva e pensei: ­ Não tenho nem sossego para chorar e curtir a minha tristeza sem alguém perturbar, mas fui atender depois de enxugar as lágrimas.
Quando cheguei na janela, um homem que eu nunca tinha visto me perguntou:
­Aqui que mora uma pessoa que é de Alcoólicos Anônimos? ­ Eu sou um viajante e estou de passagem nesta cidade; preciso de um companheiro para tomar a minha dose diária de remédio: a Reunião.
Levei um susto!
Chamei meu marido, ele recebeu o homem e eu saí correndo para chamar outros para se reunirem com eles.
Fui à casa da minha mãe ao lado, busquei uma garrafa de café e deixei para eles; saí para deixá-los à vontade. Valeu a pena! A reunião foi muito boa e fez muito bem ao meu marido.
Desde então ele passou a abrir a sala de A.A.; teve uma recaída, mas o Poder Superior nunca nos deixou; ele está sóbrio há dois anos.
Quando as coisas não iam bem sempre acontecia algo a nosso favor: um telefonema, alguém chegava falando de A.A., alguém oferecendo uma visita e eu percebi que tudo estava a nosso favor, para nos dar forças, eram os sinais!
Não desisti e tem valido a pena seguir esses sinais.
Vale a paz no meu lar, vale a alegria de viver sem o álcool, vale acreditar em A.A., vale acreditar no milagre que acontece em uma simples sala de A.A. onde dois ou três ou mais desejam uma única coisa: viverem e se manterem sóbrios um dia de cada vez.

Maria J. / Rio Espera / MG              Vivência n° 95 ­ Mai./Jun. 2005                 Colaboração, Grupo Carmo Sion de AA

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

ORGULHO, UMA VENDA EM MEUS OLHOS!


"Eu ainda possuía uma bela casa em um bairro nobre da minha cidade, um carro do ano e um diploma de médico".
Foi lá pelos idos do outono de 1982, que um amigo me convidou a assistir uma reunião de Alcoólicos Anônimos.
Dizia ele que era para dar apoio moral a um irmão seu, que havia recentemente ingressado em A.A.
Relutei muito, pois não acreditava neste negócio de grupos de auto-ajuda.
Como psiquiatra eu me achava o supra sumo da saúde mental. Se nós médicos não resolvêssemos, ninguém jamais resolveria. Ainda por cima eu pensava ser esta doença mais moral que orgânica ou mental.
Acabei indo a tal reunião, somente pela grande afetividade que nutria pelo meu amigo. Não gostei. Achei que aquele povo, em sua maioria analfabeto, nunca poderia ajudar a mim ou a algum outro. Mais uma vez dormi embriagado, naquela noite.
Não passava por minha cabeça que o convite não era por causa do irmão do meu amigo, pois ele não necessitava da minha ajuda, já que tinha o A.A. eu, sim, que era um homem carente, prepotente e emocionalmente doente. Antes de ser médico eu era um ser humano, e como tal poderia ser portador de qualquer doença, inclusive o alcoolismo.
Eles não iriam me ensinar medicina; iriam me informar como parar de beber, pois eu não sabia e isto não tinha nada a ver com meu lado intelectual.
Mas eu possuía um defeito muito perigoso, o orgulho, que era como uma venda a tampar minha visão, não me permitindo enxergar e entender isto.
Seis meses se passaram.
Eu ainda possuía uma bela casa em um bairro nobre da minha cidade, um carro do ano e um diploma de médico. Não tinha mais amigos nem colegas e meu consultório estava fechado há tempos; minha família havia me abandonado.
Minha esposa se foi e com ela se foram também meus dois filhos, ainda crianças. No dia 21 de novembro de 1982, acordei na minha grande e vazia casa, numa tremenda ressaca e muito depressivo. Olhei para as paredes do meu quarto e vi duas fotos dos meus filhos sorrindo para mim. Neste momento notei o que eu havia perdido. Tudo estava terminado. Não podia suportar a idéia de morrer aos poucos com estes tremendos sofrimentos. Só restava uma saída: o suicídio.
Como tinha dois revolveres, fui pegar um deles, o de maior calibre para dar um tiro em minha cabeça. Não encontrei nenhum deles, minha esposa antes de partir tinha dado fim nestas armas. O pânico tomou conta do meu ser. Tinha medo da vida e também da morte. O que fazer? Instintivamente me ajoelhei e gritei com toda minha força: - MEU DEUS ME AJUDE!
Recordo-me que naquele momento uma espécie de serenidade tomou conta de mim. Meu quarto parecia estar cheio de pessoas amigas e eu me sentia mais só. Fui ao telefone e liguei para meu amigo, que com um membro de A.A. me levou a uma clínica de desintoxicação.
Ao sair de lá comecei a frequentar as reuniões de Alcoólicos Anônimos, sendo que até hoje não mais bebi nem tive vontade de beber, pois encontrei a humildade.
Reconquistei tudo que havia perdido inclusive minha família.
Hoje sei que se ainda vivo é somente pela Graça de Deus e pela nossa querida Irmandade: Alcoólicos Anônimos.
A vida é o dia-dia.
O hoje é tudo que temos. E qualquer pessoa pode passar um dia sem beber.
Primeiro tentamos viver no presente só para não beber e vemos que funciona. E, depois que essa ideia se torne parte de nosso modo de pensar verificamos que viver a vida em pedacinhos de 24 horas é uma forma eficaz e agradável de lidar com outros assuntos também.

(Viver Sóbrio)                JB. /Cuiabá/MT                      Vivência nº. 103 Set. /Out. 2006.

" O CHOQUE DE HONESTIDADE "


O Choque de Honestidade

 


Dr. Eduardo Mascarenhas
Certa vez fiz uma palestra para um grupo dos Alcoólicos Anônimos, extremamente qualificado, formado por membros bem afinados uns com os outros, revelando um já extenso trabalho prévio. Uma verdadeira orquestra sinfônica anti-alcoólica. Sendo mais preciso: não se tratava de nada anti-alcoólico, até porque os Alcoólicos Anônimos não combatem ou defendem causas. Melhor dizendo, era uma orquestra que inspirava emoções serenas e atitudes sóbrias.
Presidindo a reunião estava um rapaz simpático, desses que irradiam energias a favor e não negativas. Quando se apresentou ao grupo, disse seu nome,  e declarou sua condição de alcoólatra e toxicômano. Era mais um da nova leva de "dependências cruzadas".
Na hora do debate, ergueu-se do grupo um homem negro de elegância discreta, belo e bem falante, de uns 47-50 anos. Provavelmente um típico representante do A.A. da velha guarda, um A.A. puro-sangue, sem qualquer dependência química senão do álcool. Estávamos discutindo essa região nebulosa daqueles que bebem regularmente, mas não desbragadamente, que permanecem há anos nas quatro a seis doses por dia e que, naturalmente, sem esforço não ultrapassam esse perigoso limite. Seu corpo e sua mente reagem bem a esses níveis alcoólicos e há 20 ou 30 anos não pedem mais. Pelo menos até aquele momento.
É claro que são alcoólatras, já que não podem passar sem álcool. É claro que estão numa região de perigo. Mas também é claro que os anos e as décadas passam e eles se mantêm dentro desses explosivos limites.
A discussão estava superinteressante. Eu não sabia dar respostas, mas aprendia com os depoimentos dos presentes, os quais, diga-se de passagem, entendiam empiricamente muito mais de alcoolismo do que eu. Se eu tinha experiência conceitual e teórica sobre o alcoolismo, se eu tinha experiência clínica com meus pacientes, eles tinham experiência vivida - essa matéria prima insubstituível.
A expressão "choque de honestidade" veio desse membro clássico do A.A. que, com ela, queria salientar a tendência do alcoólatra na ativa a negar sua própria condição, construindo mil argumentos e sofismas para encobrir o óbvio e que os Doze Passos representariam o inverso dessa desonestidade embriagada e embriagadora. Os Doze Passos seriam um choque de honestidade na tendência do alcoólatra a mentir para si mesmo o tempo todo.
Essa formulação me remeteu imediatamente a apaixonadas discussões na sociedade psicanalítica, em que alguns colegas definiam a psicanálise como a busca da verdade, custe o que custar, doa o que doer. Por não ter seguido esse caminho - interessante, sem dúvida - a pessoa perderia o pé de si mesmo por não enfrentar a sua realidade a cada momento, preferindo as mordomias da ilusão. De ilusão em ilusão, esses marajás da mentira acabariam por alienar-se de sua própria verdade pessoa, tornando-se cada um deles um completo estranho dentro de si mesmo.
Resultado: neurose.
Fazer psicanálise, então, seria, reverter essa tendência vida-mansista, do prazer imediato da ilusão, às custas da verdade. O princípio da realidade deve substituir o princípio do prazer. É melhor ficar vermelho um minuto do que amarelo a vida inteira. É melhor sofrer a dor da verdade do momento do que extraviar-se nos labirintos da ilusão.
Quem não estaria de acordo com tais princípios?
Contudo, em nome deles, já foram perpetradas as maiores violências, as maiores barbaridades. Em nome da autenticidade já se perpetraram as maiores grosserias e faltas de educação. Jogar "verdades" na cada dos outros não só muitas vezes se revela inútil como francamente contraproducente. Quantos casais já se agrediram até o ponto de ruptura por causa dessa sincera busca da verdade e da franqueza? Quantos pais e filhos já não se desentenderam irreversivelmente por causa dessa franqueza rude? Quantos projetos profissionais já não naufragaram por causa dessa bem-intencionada vontade de ser verdadeiro?
Mais: quantas vezes não foi exaltada a verdade como virtude apenas para se controlar, vigiar e bisbilhotar melhor a vida alheia? Qual é a verdade que se esconde por trás dessa busca da verdade? Qual é a honestidade que inspira esse choque de honestidade?
Busca da verdade, choque de honestidade como palavras de ordem são ótimas; requerem, porém, mais refinadas diferenciações.
Para que dirá o paciente sua verdade ao psicanalista? Para que este, de posse dessa verdade, a acolha como uma das manifestações legítimas possíveis do ser? Para o psicanalista, de posse dessa verdade, incitar seu paciente a descrevê-la cada vez melhor, de modo a que este venha a melhor conhecê-la e saber como realizá-la? Ou, pelo contrário, para, insidiosa e escorregadiamente, condená-la a exortar o paciente a alguma cartilha de bem viver?
Essa diferenciação é fundamental, tanto para a psicanálise quanto para os grupos anônimos. Para que um grupo anônimo, um padrinho, estará prezando o "choque de honestidade"? Para fazer a pessoa tornar-se mais radical e completamente ela mesma, ou para fazê-la querer-se tornar outra pessoa que não ela mesma? Para auxiliá-la a viabilizar seus sonhos de modo eficaz, ou para renegar sua verdade e seus sonhos, em nome de um sistema de valores cuja procedência não se conhece direito? Enfim, o "choque de honestidade" está a serviço do enquadramento ou da libertação? Atua no sentido de levar o sujeito a assumir sua própria verdade ou a induzi-lo a renegar essa verdade em função de uma moralidade consensual?
Além dessas questões - decisivas -, existe ainda a questão da verdade máxima possível para cada pessoa a cada momento. Violar cadências não é sinceridade, é estupro. O fundamental não é a verdade, é a fecundidade. Dizer se isso será verdadeiro ou não, importa menos do que dizer se isso será fecundo ou não. A habilidade, o timing, o respeito pelo tempo do outro, pela cadência alheia, também fazem parte dessa busca da verdade, desse choque de honestidade.
O ser humano não é macaco de zoológico. Não está numa jaula aberta à visitação pública de suas mais íntimas intimidades. Ele requer privacidade, o direito de não dizer tudo a ninguém, senão a si mesmo. Não, nem a si mesmo. O choque de honestidade, a busca da verdade têm de levar em conta essa necessidade de ilusão.
Mais ainda: o que é verdade, a honestidade, a realidade, a objetividade? Será o mesmo para duas pessoas, ou até para a mesma pessoa em momentos diferentes da sua vida?
Busca da verdade, sim, choque de honestidade, sim; só que indo mais no fundo nessas idéias - força. Senão vira moralismo, catequese, narcisismo.
O Quinto Passo não pode desconsiderar essas complicações. Não é em vão que as tradições dos grupos anônimos recomendam sobriedade de opiniões: que não se radicalize em questões polêmicas e controversas.
Choque de honestidade, sim; busca da verdade, sim; mas sem perder de vista a ética suprema dos grupos anônimos: a sobriedade.
Honestidade e verdade sem sobriedade são atitudes policialescas, moralizantes, enquadradoras. Não libertam o sujeito, aprisionam-no cada vez mais. Nas honestidades" e "verdades" alheias. Dos mais fortes. Dos grandes grupos sociais que detêm os lobbies da comunicação.
Por essas e outras, não existem autoridades nos grupos anônimos. Ninguém tem opiniões autorizadas pelas leis do grupo. Ninguém pode condenar ninguém como herege ou exercer ninguém como antiCristo.


* Dr. Eduardo Mascarenhas ( Psicanalista )           Colaboração,   Grupo Carmo Sion de AA

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Mensagem - Que amor é esse?


ALCOÓLICOS ANÔNIMOS
GRUPO ARAÇÁS
Rua Caracas, 103 - Araçás - Vila Velha - ES - CEP: 29103-540
Reuniões: Segunda, terça, quarta e sexta 19:30h.
(Próximo ao Maderauto Material de Construção)


ESTRANHEZAS


 

Que amor é esse?

Muito estranho! Sinto uma sensação esquisita, de amor no meu coração...uma calmaria...muito estranho!

Quando toca o telefone e escuto a voz de um companheiro ou companheira, tudo parece parar e, por mais urgente que seja a tarefa que eu esteja fazendo, esse papo é prazeroso. Parar e ouvir: estranho, muito estranho.

Que amor é esse?

De estar no meio de uma multidão na rua e meus olhos enxergarem um companheiro ou companheira e o coração bater forte, essa coisa estranha de querer ser vista e fazer questão de ver? Muito estranho.

Que amor é esse?

De chegar na sala de A.A. e de repente meus braços se abrirem, o sorriso vir aos meus lábios e tudo passar? Estranho...

Que amor será esse através do qual, mesmo estando na mais árdua discussão de diferenças nesse mundo aqui de fora, num relance lembro-me da voz e dos olhos carinhosos de meus companheiros, lembro-me dos tapinhas nas costas ou dos abraços seguidos de um "Isso vai passar", "Não se leve muito a sério" ou apenas "Obrigado, hoje eu estava precisando ouvir isso que você falou"? Muito estranho.

Que amor é esse?

De pessoas que estão atentas à minha vida, que choram com minhas tristezas, que sorriem e ficam contentes com o meu bem-estar? Muito estranho.

Talvez seja estranho para mim porque esse amor não dói, não machuca. Vocês não me pedem nada. Estenderam as suas mãos e pediram para eu contar a minha estranha loucura (que para vocês não era nada estranha). Como explicar esse estranho amor a essa estranha cabeça? Para mim, é o amor de DEUS. Somente Ele e vocês poderiam me amar e deixar que eu os amasse assim, com estranha e tamanha sinceridade. Tenho que agradecer a esse Deus por me colocar perante vocês e o programa de A.A.

E por isso eu sou responsável.

Meu nome é Rachel, sou uma alcoólica e somente pelo amor e graça de Deus e com a ajuda de todos vocês, hoje eu não bebi.

Rachel              (Vivência - Março/Abril 2001)          Colaboração, Grupo Carmo Sion de AA

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

VENHA PARTICIPAR CONOSCO

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"CONCEITO I"

 

"CONCEITO I"

Dr. Lais Marques da Silva

Ex-Custódio e Presidente da JUNAAB

Os substantivos definem as idéias. Dizemos que uma questão é substantiva quando ela contém o significado, a substância. Na designação “Doze Conceitos para Serviços Mundiais”, temos dois substantivos que devemos analisar detidamente a fim de que possamos compreender a totalidade dos seus conteúdos.

O primeiro é a palavra conceito. Recorrendo ao “Aurélio”, vemos que: 1. Em Filosofia, significa a representação de um objeto pelo pensamento, por uma das suas características gerais - abstração, idéia; 2. Ação de formular uma idéia por meio de palavras - definição, caracterização e, 3. Pensamento, idéia, opinião. Estas primeiras acepções nos transmitem o significado da palavra conceito porque respondem às indagações: qual a idéia e qual a sua definição?

O segundo substantivo é a palavra serviço. Com ela já estamos bem familiarizados, pois vivemos numa Irmandade animada pelo espírito de serviço, entendido como o ato de colocar a sobriedade ao alcance de todos os que a desejem. Os serviços definem o AA como o conhecemos e põem os seus membros em contato, em comunicação, com os que precisam de ajuda, os que querem parar de beber. O serviço em AA compreende tudo o que se venha a realizar para alcançar o alcoólico que ainda sofre e se compõe de uma grande variedade de atividades que vão desde o preparo de uma xícara de café até a manutenção do Escritório de Serviços Gerais. No entanto, o serviço básico, e também a razão primordial da existência de AA, é o de levar a mensagem ao alcoólico que ainda sofre. O serviço dá à Irmandade a marca da ação. Alcoólicos Anônimos é uma sociedade de alcoólicos em recuperação e em ação.

Do mesmo modo que o objetivo de cada membro é a sua própria sobriedade, o dos serviços é colocar esta mesma sobriedade ao alcance de todos os que a desejem; “Cada grupo é animado de um único propósito - o de transmitir a mensagem ao alcoólico que ainda sofre”. O ideal de ajuda se constitui numa importante força de coesão para o grupo porque anima os seus membros em torno de um objetivo comum e, por isso, se torna um sólido alicerce para a Irmandade. Indispensável à Unidade, é a própria essência do Terceiro Legado.

A tarefa de estender a mão àquele que ainda sofre oferece a cada membro um trabalho suficientemente grande para polarizar a imaginação e os esforços dos seus membros e para fazer nascer um profundo sentimento de lealdade em relação ao grupo. “Razões tinham que ser encontradas para manter as pessoas autoritárias e causadoras de atrito em seus devidos lugares. Um adequando comitê de serviços, com considerável pressão, aliado a muito amor e confiança, provou ser a resposta”. O serviço traz recompensas imateriais para os que o realizam e é um dos pilares sobre os quais se assenta a recuperação individual.

Voltando ao tema, vemos que os serviços são mundiais e aí muita gente entende que não é da sua alçada em razão do adjetivo mundial, considerado o âmbito restrito da sua atuação individual. Mas os serviços têm uma outra dimensão, a espacial, uma vez que compreendem as ações que se desenvolvem nos grupos, as que são realizadas a nível nacional, as que ultrapassam as fronteiras de um país e as que são executadas a nível internacional. Como a Irmandade está em cerca de 147 países do mundo, os serviços se tornaram realmente mundiais. Assim, o alcance da Irmandade é global e a sua mensagem é dirigida à espécie humana, a todos os que têm problemas com a bebida.

Os Doze Conceitos, ligados ao Terceiro Legado, interessam em especial aos “servidores de confiança”, isto é, aos companheiros que se dedicam ao serviço. Com poucos anos de existência, a Irmandade contava com milhares de grupos, com uma Junta de Serviços Gerias, com uma Conferência e uma Revista. Era necessário, então, estabelecer as relações entre estas essas estruturas. Desta forma, quando o próprio Bill W. idealizou os 12 Conceitos, estabeleceu as relações que visavam, a meu ver, montar um sistema, como se espera que exista numa sociedade como aquela em que vivemos, preocupada com os controles, a retroalimentação e com a reformulação do planejamento. Os Doze Conceitos de AA dão a coesão necessária aos serviços e previnem a existência de superposições e, como tal, evitam dissensões.

Outro ponto que é necessário esclarecer é o conceito de Serviços Gerais. São serviços que os grupos não podem fazer por si mesmos, como: uniformizar, editar e distribuir uma literatura composta de numerosos títulos; fazer um trabalho de informação ao público padronizado a nível nacional; passar a experiência adquirida pelos grupos da nossa Irmandade como um todo aos novos grupos; atender, numa escala maior, aos pedidos de ajuda; publicar a Revista Nacional,etc.

Há frases que demonstram um grande poder de síntese e que dão uma idéia muito clara das coisas: “Os Passos são para o alcoólico viver e as Tradições são para a Irmandade viver”. Uma outra diz que “Os Passos ensinam a viver e as Tradições ensinam a conviver”. São frases que, sendo curtas, exibem um grande poder de síntese e encerram uma grande significação. No entanto, em relação aos Conceitos, fica um pouco difícil condensar, fazer uma ponte que os una como um todo. Resta o esforço de tentar costurá-los de modo a transmitir uma idéia condensada, uma visão global do seu conteúdo e é o que passamos a fazer agora.

Conceito I: Nele fica estabelecido que “A responsabilidade final e a autoridade suprema para os serviços mundiais recaem sobre os grupos de AA.” “Esta responsabilidade e a conseqüente autoridade foram transferidos para os grupos no decurso da Convenção Internacional de Saint Louis, em 1955”. Esta é a idéia do Conceito I.

Colaboração, Grupo Carmo Sion de AA

Dor e progresso na opinião de Bill W.



--
Hoje reunião aberta.
Não se afaste da sala.
O afastamento da sala, pode significar problemas no futuro bem próximo!
Não abandone o Grupo. A frequência as reuniões nos dá maior garantia quanto a possibilidade de interrupção do Programa (recaída)!
Esperamos você. A sim, ia me esquecendo: Venha e traga mais um.

 

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS
GRUPO ARAÇÁS
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domingo, 16 de setembro de 2012

Quanto custa ser membro de A.A.?

 

Quanto custa ser membro de A.A.?

Não existem obrigações financeiras de nenhum tipo para os membros de A.A. O programa de recuperação do alcoolismo está à disposição de qualquer um que deseje abandonar a bebida, esteja sem dinheiro ou com milhões.

A maioria dos Grupos locais faz uma coleta, nas reuniões(Sétima Tradição), para cobrir o aluguel da sala, bem como outros gastos, inclusive o café, sanduíches, bolos, etc. Numa grande maioria dos Grupos, uma parte do dinheiro arrecadado dessa maneira é destinada, voluntariamente, ao Escritório de Serviços Gerais de A.A., para ajudar a custear seus serviços nacionais e internacionais. Esses fundos dos Grupos são utilizados exclusivamente para serviços destinados a ajudar Grupos novos e antigos a levar a mensagem do programa de recuperação de A.A. aos "milhões de alcoólicos que ainda o desconhecem" .

A idéia fundamental é que ser membro de A.A. não depende de apoiar financeiramente a Irmandade. Aliás, muitos grupos de A.A. estabelecem severas limitações sobre o montante de contribuição de seus membros. A.A. é inteiramente auto-suficiente e não aceita contribuições externas.

Fonte: Livro 44 Perguntas

Porque sou grata à Internet


 

Ao folhear a revista de nº 103, me deparei com matéria escrita por uma companheira, Silvia, como eu, e, como costuma acontecer em A.A. sempre encontramos alguma coisa com a qual nos identificamos, e, no presente caso, em princípio, foi o nome, mas ao iniciar a leitura, me veio à lembrança o meio do qual me utilizei para chegar à Irmandade, motivo pelo qual resolvi relatar minha trajetória dentro do A.A. e concomitantemente minha gratidão a todas as ferramentas que foram colocadas à minha disposição, inclusive a Internet.

Procurarei ser breve no que tange ao "antes", não me detendo no fundo de poço que aqui me trouxe, tais como: falência espiritual, perda da dignidade, da moral, do patrimônio a duras penas adquirido, da família, enfim, de tudo aquilo que conhecemos, ou por termos passado, ou por ouvir dos companheiros em cabeceira de mesa.

Desejo ressaltar é sobre a importância da Internet, o que significou quando da decisão de procurar ajudar e o que significa na minha recuperação.

Já ouvira falar de Alcoólicos Anônimos e de pessoas que haviam parado de beber, mas jamais pensei que um dia necessitaria fazer parte da mesma, afinal eu não era alcoólica, só exagerava um pouquinho (muito e diariamente), até que chegou a fatídica festa, na qual eu e meu companheiro, também alcoólico, após um porre daqueles, mais uma vez começamos a discutir, daí um conflito de proporções nefastas.

Decidida a não beber mais, achei que deveria procurar ajuda, pois havia parava várias vezes, mas acabava voltando. Dessa vez, meu orgulho me ajudou, pois, como eu, a Silvia poderosa, poderia chegar para alguém e admitir que fora derrotada pelo álcool?

Resolvida, recorri à Internet, onde encontrei nos sites alguns informes sobre como funciona, o endereço e horários dos Grupos próximos à minha residência.

Partimos, então, em busca do mais próximo, o qual não conseguimos localizar (havia mudado e não atualizara o endereço); tentamos outro, mas também não achamos.

Assim, foram 3 noites seguidas, e já quase desistindo resolvemos sair durante o dia para ver se achávamos, pois, eu concluíra que talvez por ser anônimo e as pessoas não quisessem ser vistas, entrando e saindo, deveria haver uma placa meio que invisível, bem escondida.

Para nos garantirmos, liguei então para o escritório que informou ser numa Igreja Evangélica, no que ele já relutou, dizendo que nos colocariam uma Bíblia embaixo do braço e que se isso acontecesse, ele não ficaria.

Resumindo, não achamos o Grupo (há duas Igrejas, de igual nome, na mesma rua). Partimos, então, para o outro, um pouco mais distante, ao qual retornamos à noite no horário da reunião, onde permanecemos há dois anos. Talvez não seja muito apropriado, mas ouso dizer que a Internet foi e continua sendo minha madrinha em A.A.

Sei que muitos devem estar me criticando julgando o que acabo dizer como uma aberração, mas tenho vários motivos para fazer tal afirmação, alguns dos quais passo a descrever:

- Ingresso: minha porta de entrada, em princípio, foi a Internet. A mão de A.A. que se estendeu quando pedi ajuda;

- Recuperação: participo dos Grupos on-line, AA-Brasil-Portugal e AA-Sobriedade, que muito me ajudam, não só com os depoimentos que leio, como, pelos que faço e aprendo muito com os temas ali abordados, a divulgação de textos da Literatura;

- estou sempre pedindo ajuda no esclarecimento de dúvidas e para tal me utilizo da experiência e conhecimento dos companheiros, que me socorrem, não só enviando matérias apropriadas, mas também com orientação de próprio punho;

- nos momentos de grande aflição despejo meu mau humor, ou o mar de lamentações, o que nem sempre posso fazer nas reuniões cara a cara, uma vez que, em geral, um dos alvos de minhas queixas (meu companheiro), também está na sala, onde evito levar problemas conjugais e/ou expor o próprio;

- às vezes necessito desabafar e é nos Grupos on-line que faço;

- nessas ocasiões, recebo imediatamente, retornos e mesmo puxões de orelha que me ajudam a encontrar o equilíbrio emocional e a tão almejada Serenidade;

Serviço: vez por outra colaboro nos temas semanais que circulam naqueles Grupos; sou membro do CAI-Área-RJ, que é o CTO, via rede.

Dentre os benefícios que recebo através da Internet, não posso deixar de mencionar o carinho e atenção que alguns companheiros sempre me dispensaram pelos quais nutro uma admiração especial, a quem devo muito da minha recuperação, aos quais muito agradeço por tudo o que já fizeram por mim, e por todos os que ali transitam.

Só lamento que nem todos podem ter acesso, alguns por não possuírem, ainda, um computador, e outros, que por teimosia e obstinação não aceitam, alegando, inclusive que os adeptos estão a um passo da recaída; não reconhecem o quanto podemos fortalecer nossa recuperação utilizando essa grandiosa ferramenta.

Particularmente, não deixo de freqüentar as reuniões no Grupo, prestar serviço e procurar a Literatura, enfim, lanço mão de tudo o que me é oferecido em A.A.

Esta foi a maneira que encontrei de demonstrar minha Gratidão à Irmandade, aos companheiros dos Grupos on-line, à Revista Vivência pela oportunidade de expor minhas toscas, porém sinceras, idéias e acima de tudo, ao Poder Superior pela sobriedade que me permite até enviar esta matéria para vocês.

Silvia - Niterói/RJ                Vivência nº 106 Mar/Abr: 2007           Colaboração,Grupo Carmo Sion de AA

sábado, 15 de setembro de 2012

Imperdível a vivência deste mês

SOMENTE - R$50,00 por ano - 06 exemplares. Caso tenha interesse em assinar, pode contar com nossa ajuda. Mande-nos um e-mail. Ou faça sua assinatura clicando aqui
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ALCOÓLICOS ANÔNIMOS
GRUPO ARAÇÁS
Rua Caracas, 103 - Araçás - Vila Velha - ES - CEP: 29103-540
Reuniões: Segunda, terça, quarta e sexta 19:30h.
(Próximo ao Maderauto Material de Construção)


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

AA - Convivência - Família

TEMÁTICA ESPECIAL
Hoje, 14 de setembro, às 19:30h, venha e traga sua família!



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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Convite - Encontro de AA com Profissionais

 

Segue convite/cartaz, para divulgação.

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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Reportagem antes da Convenção de Cuiabá e convite encontro no ES



-- O Dr. Olney, estará no encontro de profissionais em Vila Velha - ES, no dia 29 de setembro. Convite anexo! Para receber seu certificado de participação, favor levar este convite.


 

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Entrevista com AA, Al-Anon e Alateen na Convenção Nacional de AA do Brasil. Cuiabá MT

MATO GROSSO 10 09 2012 ALCOOLICOS ANÔNIMOS


TEMÁTICA - CONVIVÊNCIA - O AA E A FAMÍLIA




 

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CONVENÇÃO 2012


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XVIII CONVENÇÃO DE AA



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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

MENSAGENS AL-ANON

 


MEU COMPORTAMENTO INACEITÁVEL

 

Através do Al-Anon acabei de me conscientizar de como eu me tornei uma pessoa descontrolada por conviver com uma situação alcoólica.  Levada pelos meus próprios medos, insegurança e frustração por não conseguir controlar o alcoólico, tenho chicoteado verbalmente meus filhos, insultando-os com nomes feios, e caindo numa histeria irracional por causa de coisas tão simples como um copo de leite derramado ou com exigências rígidas de um “desempenho perfeito”.  Esta conscientização me ajudou a não reagir com raiva, a parar e pensar, e a viver minha vida um minuto de cada vez, se necessário.  O Al-Anon me ajudou a procurar uma vida mais calma e serena, com mais respeito por mim mesma e pelas outras pessoas.

24h de Serenidade a todos!   Anônimo

 

 


SAINDO DA NEGAÇÃO

No final de meu primeiro ano de Al-Anon eu sentia uma paz que nunca tinha sentido antes.  Mas quando meu irmão morreu num acidente de carro, o Al-Anon se tornou minha linha de vida.  Descobri que minha fé tinha se tornado tão profunda que, quando posta à prova, permaneceu sólida como uma rocha.  Naquela época eu vim a acreditar realmente que o alcoolismo é uma doença e consegui perdoar meu irmão por dirigir embriagado depois de ter ficado cinco anos no programa de AA.  Compreendi o sentido da “impotência” e da “aceitação”.
Eu tinha aprendido no Al-Anon a procurar oportunidades de crescimento em todas as situações.  Essa atitude me permitiu ganhar muita riqueza espiritual oriunda da dor que eu estava sentindo.  Somente eu, tinha o poder de transformar meu sofrimento em benefício.
Seis meses mais tarde consegui admitir, pela primeira vez, que meu pai era alcoólico.  Ao admitir este fato, achei que estava traindo minha família.  Descobri, em primeira mão, como estava dominada pela negação, e como isso me impedia de crescer.  Sou grato porque o carrossel parou de girar e eu saí dele a tempo.


Espero que minha história possa ser útil a você.
24h de paz e serenidade.    Membro Al-Anon.

COLABORAÇÃO, AL-ANON ES – GRUPO VISÃO

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

SÉTIMA TRADIÇÃO É RESPONSABILIDADE





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