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domingo, 23 de junho de 2019

QUEM SOMOS... ALCOÓLICOS ANÔNIMOS...



QUEM SOMOS...
·        ALCOÓLICOS ANÔNIMOS é uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo.
·        O único requisito para se tornar membro é o desejo de parar de beber. Para ser membro de A.A. não há necessidade de pagar taxas ou mensalidades; somos autossuficientes, graças às nossas próprias contribuições.
·        A.A. não está ligada a nenhuma seita ou religião, nenhum partido político, nenhuma organização ou instituição; não deseja entrar em qualquer controvérsia; não apoia nem combate quaisquer causas.
·        Nosso propósito primordial é mantermo-nos sóbrios e ajudar outros alcoólicos a alcançarem a sobriedade.

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quinta-feira, 20 de junho de 2019

A importância dos não alcoólicos para o AA.



Olá,
O assunto que motiva essa nova – e para nós, estimulante – comunicação consigo é o da importância dos não alcoólicos para o surgimento, desenvolvimento e, certamente, o futuro de Alcoólicos Anônimos.
Pouco mais de 80 anos atrás, quando cerca de 40 ex-bêbados norte-americanos perceberam que tinham algo valioso em mãos — estavam sóbrios por períodos que variavam de poucas semanas a quase três anos; estavam reconstruindo laços familiares, carreiras e patrimônios; sentiam-se vinculados entre si por profundos e fraternos laços de ajuda mútua e serviço voluntário junto a outros iguais — logo passaram a fazer contato com profissionais não alcoólicos de renome, que pudessem emprestar seu prestígio, autoridade dinheiro ao nascente movimento, visando a torná-lo inteligível e acessível a qualquer alcoólico que desejasse o que eles estavam conseguindo, inicialmente apenas em território nacional.
Assim fizeram, chegando ao círculo do milionário John D. Rockfeller e empolgando empresários, advogados, jornalistas, gente de finanças, do mercado editorial, religiosos e outros, cujo conjunto de expertises específicas, ações e (parcos) recursos, contribuíram decisivamente para fazer de A.A. uma organização exitosa em seu propósito, de abrangência mundial e que desfruta, até os dias de hoje, de profunda empatia, credibilidade e respeito nos países e comunidades onde se faz presente. No dizer de Bill W., um dos cofundadores de A.A., “seguramente, nossa fama é melhor do que nós” graças à generosidade dos nossos amigos não alcoólicos.
Internamente, tal generosidade conseguiu abalar nossa antiga arrogância de censurar todas as tentativas terapêuticas no campo do alcoolismo, salvo as nossas! Hoje em dia a grande maioria de nós, AAs, recebe de bom grado qualquer luz nova que se possa jogar sobre a aflição misteriosa e desconcertante do alcoolismo. Não importa a procedência dos novos conhecimentos, se resultam de um tubo de ensaio, da sala do psiquiatra ou de novos estudos sociológicos. Cada vez mais consideramos a todos os que trabalham nesse campo como nossos parceiros na marcha da compreensão e da superação desse problema, percebendo que podemos realizar juntos o que nunca poderíamos conseguir separados e com rivalidades.
Ainda, alguns dos alertas essenciais sobre como organizar A.A. vieram desses amigos pioneiros: autossuficiência e relativa pobreza financeira, autonomia e cooperação sem afiliação, não profissionalização da ajuda mútua, evitar controvérsias públicas, anonimato. Sua firme e histórica recusa em atender nossas grandiosas expectativas iniciais, bem como suas preciosas ponderações sobre nossa experiência coletiva então em curso foram nosso seguro para um funcionamento sereno, plural e longevo, consolidado nas Doze Tradições de A.A. vivamente praticadas pelos membros e que têm possibilitado o resgate de milhões de vidas mundo afora, por décadas a fio.
Por outro lado, se é verdade que, no Brasil, temos muitos milhões de alcoólicos; se é verdade que, do berço ao túmulo, estes precisam de um ambiente de profunda compreensão; e se é desejável não esperar até que cada um chegue aos 50 ou 60 anos de uma vida carregada de sofrimento e destruição para finalmente buscar ajuda — então é certo que apenas cooperando com nossos amigos não alcoólicos, aqui em nosso país, poderemos expandir, até onde se mostrar necessária ou desejável, a prática do nosso propósito como Irmandade: transmitir nossa experiência a outros que desejam o que alcançamos – uma vida sóbria, livre, útil e feliz.
As inúmeras e imensas tarefas implicadas no enfrentamento global do alcoolismo — busca de novos conhecimentos, pesquisa, educação, políticas públicas, tratamentos e tantas outras — são tarefas da sociedade e dos especialistas. Individualmente, nós AAs buscamos colaborar, mas A.A. como tal não pode, não deve e nem deseja interferir diretamente nesses campos. Por outro lado, amiúde é no desenvolvimento destas tarefas, levadas a cabo por nossos amigos não alcoólicos, que nós AAs podemos mais eficazmente chegar até cada alcoólico para oferecer-lhe nossas simples sugestões.
Ou seja, necessitamos contar com outras agências, seus profissionais e sua disposição de dedicar grandes quantidades de tempo e esforço para enfrentar o problema global do alcoolismo. Apenas trabalhando em cooperação com todos esses projetos promissores para acelerar a recuperação de milhões de alcoólicos é que A.A. pode prosseguir no cumprimento de sua missão institucional. Continuamos desejosos por disponibilizar nossa experiência pessoal no âmbito de tais projetos, sempre que for do interesse dos seus responsáveis e executores.
Por fim, há um lugar especial, em cada nível da estrutura de serviço de A.A., reservado aos não alcoólicos. A Junta de Serviços Gerais de A.A. do Brasil conta com a participação voluntária deles no exercício de funções ligadas a finanças e relações públicas nacionais; nos coletivos servidos pelos nossos 80 escritórios locais em todo o país, que chamamos áreas, contamos com não alcoólicos que nos ajudam a dialogar e, eventualmente, cooperar com iniciativas no setor público, privado e terceiro setor, em nível regional e/ou estadual. Por fim, podemos dizer que não há grupo de A.A. que consiga subsistir sem a inestimável acolhida local de não alcoólicos em cada comunidade, sem contar as demais formas de ação conjunta que desabrocham nesse nível micro.
É por isso que, mais do que nunca, estamos conscientes de que A.A. só poderá prosseguir sendo útil a mais alcoólicos se puder permanecer de mãos dadas com nossos amigos de ontem, de hoje, do futuro e de sempre, um dia de cada vez.
Gratos por continuar conosco,

Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil

Obs.: mais informações e uma diversidade de experiências de ação conjunta entre A.A. e não alcoólicos podem ser encontradas em alguns itens da nossa literatura oficial, disponível em nossa  Loja Virtual
  • Livro Alcoólicos Anônimos (capítulo Aos empregadores);
  • Livro Cooperar Sempre (relatos de experiências);
  • Revista Vivência, a Revista Brasileira de Alcoólicos Anônimos;
  • Folhetos específicos para profissionais, com temas diversos.




Av. Padre Antonio de Sá. 116 ; Tatuapé - São Paulo - São Paulo - 03316;970

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"Unidade de AA". Nosso bem mais precioso!




segunda-feira, 17 de junho de 2019

A última mensagem do Dr. Bob.



A última mensagem do dr. Bob.


“Meus queridos amigos em A.A. e do A.A. Fico bastante emocionado ao ver diante de mim um vasto mar de faces, com o sentimento de que, possivelmente alguma pequena coisa eu fiz há alguns anos atrás, para tornar este encontro possível”.

“Fico emocionado também, quando penso que todos nós tivemos os mesmos problemas. Que todos nós conseguimos os mesmos resultados proporcionalmente ao nosso zelo, entusiasmo e persistência na detenção da marcha de nossa doença. Se vocês me permitirem a inclusão de uma pequena nota pessoal neste momento, quero dizer que estive acamado cinco dos últimos sete meses e minhas forças não retornaram como eu gostaria; assim meus comentários sobre o necessário serão muito breves”.


“Duas ou três coisas vieram à minha mente, às quais eu gostaria de dar um pouco de ênfase. Uma é a simplicidade do nosso programa. Não vamos perder isso tudo com complexos de Freud e coisas que são interessantes para o pensamento científico, mas temos muito que fazer com o nosso atual trabalho no A.A. . Os nossos Doze Passos quando experimentados até o último, resumem-se todos eles às palavras ‘amor’ e ‘serviço’.”

“Nós entendemos o que o amor é. Nós entendemos o que serviço é. Assim, vamos manter essas duas coisas em nosso pensamento”.
“Lembremos também de guardar a nossa língua para não errar e que se tivermos que usá-la, usê-mo-la com bondade, consideração e tolerância”.


“E mais uma coisa: nenhum de nós estaria hoje aqui, se alguém não tivesse tido tempo para explicar-nos alguma coisa, para nos dar uns tapinhas nas costas, para levar-nos a uma ou duas reuniões, para fazer numerosos atos de bondade e consciência em nosso favor. Assim, não deixemos nunca chegar a um grau tal de complacência presunçosa, que não nos permita dar a ajuda ou tentar dá-la, a nossos irmãos menos felizes, já que ela tem sido tão benéfica para todos nós”.


“Muitas felicidades. Dr. Bob S.”



O Dr. Bob morreu de câncer. Bill W. quis encorajá-lo e ouviu do Bob: “Quem mordeu a isca do alcoolismo, pode beijar um câncer com as mãos atadas para trás.” Ele como médico e sua enfermeira Ir. Ignatia trataram, gratuitamente, mais de cinco mil alcoólatras.
A última vez que o Dr. Bob apareceu em público, e já muito debilitado, foi em 03/06/50 na Iª Convenção Mundial De A.A., Em Cleveland.





domingo, 16 de junho de 2019

Os Princípios de AA



           COMO O FUNCIONA O PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO SUGERIDO POR AA?           
 
"Raramente vimos alguém fracassar tendo seguido cuidadosamente nosso caminho. Os que não se recuperam são pessoas que não conseguem ou não querem se entregar por completo a este programa simples, em geral homens e mulheres que, por natureza, são incapazes de serem honestos consigo mesmos. Existem pessoas assim. Não é sua culpa; parece terem nascido assim. São naturalmente incapazes de aceitar e desenvolver um modo de vida que requeira total honestidade. Suas "chances" são inferiores à média. Existem, também, as que sofrem de graves distúrbios mentais e emocionais, mas muitas delas se recuperam, se tiverem a capacidade de serem honestas."

Nossas histórias revelam, de uma forma geral, como costumávamos ser, o que aconteceu e como somos agora. Se você chegou à conclusão de que quer o que nós temos e deseja fazer todo o possível para obtê-lo, então está pronto para dar alguns passos.

Diante de alguns, nós recuamos. Achamos que poderíamos encontrar um modo mais fácil e mais cômodo. Mas não pudemos. Com toda a veemência de que somos capazes, pedimos que você seja corajoso e cuidadoso, desde o início. Alguns de nós tentamos nos agarrar a nossas velhas idéias e o resultado foi nulo, até que nos rendemos incondicionalmente.

Lembre-se de que estamos lidando com o álcool - traiçoeiro, desconcertante, poderoso! Sem ajuda, é demais para nós. Mas há Alguém que tem todo o poder - este alguém é Deus. Que você possa encontrá-Lo agora!

Meias medidas de nada adiantaram. Continuamos no ponto crítico. Pedimos a Ele proteção e cuidado, em total abandono.... 
Continua...




sábado, 15 de junho de 2019

"Sou .... e sou alcoólico!"... continuação.


Artigos Avulsos do Box459
Box 4-5-9, Primavera (março) 2012 (pág. 3-4)
Título original: ‘Me llamo… y soy alcohólico’.

Continuação...
Entretanto, de acordo com uma amiga de A.A. desde seus primeiros tempos,Henrietta Seiberling, a expressão remonta às reuniões do Grupo de Oxford que tiveram seu apogeu no começo da década de 1930. A Sra. Seiberling, não alcoólica, frequentava o Grupo de Oxford em Akron, em busca de ajuda espiritual e foi ela que arranjou o primeiro encontro entre Bill W., e o Dr. Bob, que naquele momento estava tentando se esforçar para lidar com seu problema com a bebida também frequentando o mesmo grupo que Henrietta. Nessas pequenas reuniões, todos os participantes se conheciam e não tinham necessidade de se identificar. Porém, nas grandes reuniões “públicas”, onde os participantes “testemunhavam”- de maneira muito parecida com a que os membros de A.A. fazem atualmente em suas reuniões regulares, chegou a ser preciso se identificar. É possível que em algum momento alguém tenha dito “eu sou alcoólico”, porém, a Sra. Seiberling não estava muito segura de que tenha sido assim. Nem se lembrou de ter ouvido a frase nas primeiras reuniões de A.A. celebradas em Akron, ainda antes da publicação do Livro Grande (nosso Livro Azul).
 
Um membro de Nova York da época pioneira se lembra de ter ouvido a frase em algum momento depois da Segunda Guerra Mundial, em 1945 ou 1946; mas, sabe-se com certeza que em 1947 foi produzido um documentário para A.A., pela RKO Pathe, com o título “I am an alcoholic” ou, “Eu sou um alcoólico”, o que dá credibilidade à ideia de já naquele tempo, nos círculos de recuperação, a frase era reconhecível.
 
Desde então a frase foi-se arraigando até se converter em um protocolo, um elemento quase obrigatório do léxico da recuperação e, com suas diversas alternativas e permutações auto reveladoras, se transformou numa forma um tanto quanto controvertida de se apresentar nas reuniões.
 
Atualmente, muitos acreditam que a solução do conflito que alguns sentem ao ouvir seus companheiros se apresentarem como “adictos”, ou com outros termos além do simples“alcoólico”, irá ser encontrada dentro da própria Irmandade.
 
Rosemary P. disse: “Cabe a cada um de nós mantermos intacto nosso programa, repassá-lo ao recém-chegado tal como o passaram para nós. E, também muito importante, fazer isso com explicações pacientes, tolerância diante das diferenças – e mais explicações pacientes. Acredito que, através do apadrinhamento comprometido, Grupos base sólidos e serviço ativo, os novos membros irão aprender a ser parte integrante de A.A. e não um fragmento”.
 
A outros lhes irá parecer mais importante a sinceridade e a reflexão a respeito do que“verdadeiramente são”, ao se apresentar numa reunião; outros ainda, acreditam na importância de manter os problemas separados e tratá-los nos programas e Irmandades criadas para suas respectivas finalidades: Narcóticos Anônimos para adictos a outras substâncias além do álcool, Comedores Compulsivos Anônimos para os adictos incontroláveis à comida, etc. Há ainda aqueles que não lhes parece muito importante a forma utilizada nas apresentações, seja como “adictos” ou como “alcoólicos” e propõem que os participantes se identifiquem simplesmente como “membro de A.A.”, já que, por definição, todos os membros de A.A. são “alcoólicos”.
 
Chegar ao equilíbrio entre estas posições é um constante exercício de humildade, confiança e aceitação no seio da Irmandade, enquanto os membros buscam ser inclusivos e ao mesmo tempo reconhecer os vínculos singulares do alcoolismo que nos mantém conectados a todos.
 
Como está expresso no Livro Azul, capítulo “Entrando em Ação”, página 113/1/2:“Entramos no mundo do Espírito. Nossa próxima tarefa é cultivar a compreensão e a eficiência. Não é algo que se consiga da noite para o dia. Deve continuar por toda a nossa vida. Continuaremos a tomar cuidado com o egoísmo, a desonestidade, o ressentimento e o medo. Quando aparecem, pedimos imediatamente a Deus para removê-los. Sem perda de tempo, falamos a respeito deles com alguém e, se magoamos outra pessoa, fazemos logo uma reparação. Então, com firmeza, voltamos nossos pensamentos para alguém a quem possamos ajudar. O amor e a tolerância para com os outros é o nosso código”.




quinta-feira, 13 de junho de 2019

"Sou .... e sou alcoólico!"...

https://www.youtube.com/watch?v=QJZKesvKL7o


Artigos Avulsos do Box459
Box 4-5-9, Primavera (março) 2012 (pág. 3-4)
Título original: ‘Me llamo… y soy alcohólico’.

Eis uma das frases mais ouvidas nas reuniões de A.A. em quase todos os lugares do mundo. Mas, de onde vem? Por que a dizemos? E, devemos continuar a fazê-lo?

Parece claro que a identificação é um conceito importante em A.A. Na realidade, podemos considerá-la a chave da filosofia de A.A. – um alcoólico ajudando a outro alcoólico.

Entretanto, por se tratar de uma Irmandade com grande variedade de sugestões, mas sem regras oficiais, é necessário que uma pessoa diga, como muitos dizem ao apresentar-se em uma reunião, que é alcoólica?

Nos primeiros anos de formação de A.A., Bill W., um de seus cofundadores, se debatia com a dúvida referente a esta questão e escrevia com frequência a respeito do dilema que enfrentavam os recém-chegados enquanto lidavam com a doença, talvez pela primeira vez e no contexto relativamente público de uma reunião de A.A.

Bill argumentava de forma incisiva que devia ser oferecida ao recém-chegado a maior liberdade possível para decidir como e quando se identificaria como alcoólico. Em um artigo escrito para a Grapevine com o título “Quem é membro de Alcoólicos Anônimos?” – artigo este que mais tarde iria formar a base da Terceira Tradição, Bill comentou: “Esta é a razão pela qual julgamos cada vez menos o recém-chegado. Se para ele o álcool é um problema incontrolável, e ele quer fazer algo a respeito, não lhe requeremos mais… Atualmente, na maioria dos Grupos, nem sequer é preciso dizer que é alcoólico. Qualquer um pode-se juntar a A.A., apenas suspeitando que seja alcoólico ou que já perceba os sintomas mortais da nossa doença”.

Bill esclareceu ainda mais sua opinião nas palavras que aparecem no folheto “As Doze Tradições ilustradas” (Junaab, código 106, R$ 6,00), na seção que trata da Terceira Tradição: “Quem decide se o recém-chegado é ou não qualificado? Se quer mesmo parar de beber? Ninguém, obviamente, exceto o próprio recém-chegado; todos os demais simplesmente têm que aceitar sua palavra. Na realidade, ele não tem sequer que afirmar isso em voz alta. E isso foi uma sorte para muitos de nós, que chegamos em A.A. apenas com um vago desejo de ficarmos sóbrios. Estamos vivos porque o caminho de A.A. se manteve aberto para nós”.

Ao se apresentar para falar, Bill W., muito raramente - para não dizer nunca, se identificava como alcoólico, e não há nada na literatura de A.A. aprovada pela Conferência (EUA/Canadá), que indique como os membros devem apresentar-se nas reuniões de A.A., nem sequer que seja necessário fazê-lo. Entretanto, nos dias de hoje, pode haver momentos muito tensos nas reuniões quando um membro não se apresenta como “alcoólico/a” ou, mais tensos ainda, quando se complementa essa identificação com palavras tais como “sou um alcoólico cruzado”, “sou adicto” ou “alcoólico e dependente de outras drogas”.

Muitos membros acreditam que essas complementações são preocupantes porque podem representar uma ameaça à nossa unidade e unicidade de propósito. Em um artigo publicado em janeiro de 1990 na revista Grapevine, Rosemary P., antiga delegada de Pittsford, Nova York, escreveu: “Quando em um evento de A.A. digo que sou ‘alcoólica e dependente de outras drogas’ ou ‘dependente cruzada’, estou-lhes dizendo que sou um caso especial de bêbada, que meu alcoolismo é diferente do seu. Estou dando uma dimensão extra à minha doença – dimensão esta que, dada a unicidade de propósito, não é apropriado mencionar em uma reunião de A.A. Quebrei nosso vínculo pela metade e, mais importante ainda, diluí meu próprio propósito para estar ali”.

Mas, de onde veio este costume de identificar-se como alcoólico/a e como acabou por se gravar tão indelevelmente na paisagem de A.A. do século XXI?

Da mesma maneira que em outros assuntos relacionados com A.A., ninguém sabe com segurança qual foi a origem deste costume e já com muito poucos pioneiros ainda entre nós, poucos são aqueles que podem oferecer alguma pista plausível, e além destas pistas, há apenas especulações.
Continua...


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