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segunda-feira, 30 de julho de 2012

OS TRÊS PASSOS PARA MOTIVAR O SERVIÇO

tradições ilustradas0029Deus me concedeu o privilégio de prestar serviços em Distritos e Áreas durante algum tempo. Por mais de 15 anos saí para compartilhar em muitos lugares, e freqüentemente se apresentava a oportunidade de motivar a prática do serviço.

Eu aprendi que não é fácil motivar para o serviço; talvez tentar transformar um companheiro em servidor seja tão difícil quanto transformar um bêbado em A.A.

E aqui surge uma pergunta obrigatória: porque é tão difícil motivar, no sentido de que são muito poucos os que respondem ao chamado do serviço?

Sendo honesto, devo reconhecer a ignorância e a falta de observação que tive durante algum tempo. Só através da experiência aprendi que a simplicidade e a humildade são a melhor maneira de transmitir qualquer mensagem. E digo isso porque não é só para o serviço que se requer motivação.

Todo AA se vê algum dia diante da necessidade de motivar: a mensagem de A.A., o uso da tribuna; a leitura das publicações; e a prática do serviço. A motivação em qualquer dos quatro aspectos anteriores requer um processo de três passos: informar, explicar e passar a experiência.

Para transmitir a mensagem de A.A., primeiro devo informar ao alcoólico sobre a existência de um lugar onde pode encontrar a solução, informando-lhe os aspectos gerais do grupo. Logo terei que explicar como funciona A.A., e como pratico meu programa. E finalmente, dar minha experiência pessoal (que é a parte essencial de toda a motivação), compartilhando com ele os benefícios que obtive.

Então, quando quero motivar para o serviço, ajo da mesma forma: o novo membro deve saber que o serviço existe e sobre a necessidade de que alguém o realize. Muitos companheiros não o fazem, não porque não queiram colaborar, mas porque não têm informação do que é feito na estrutura de Serviços Gerais. Mais tarde explico como faço o serviço, quais as funções, responsabilidades, procedimentos e objetivos. Finalmente compartilho os ganhos espirituais e satisfações que se obtém como recompensa, dando-lhe a experiência da efetividade de sacrificar tempo, dinheiro e esforço.

Assim mesmo, para motivar o feito de falar na tribuna, de ler nossa literatura ou qualquer outro tipo de motivação, devo limitar-me a informar sobre a existência do que quero motivar, explicando seu funcionamento e reportando o resultado que conseguirão.

Mas há algo mais, de igual importância. Minha função motivadora deve terminar ali, deixando em completa liberdade a outra pessoa para que tome a decisão final pois, se insisto, caio em atitude de convencimento, e existe uma grande diferença entre motivar e querer convencer. O erro que repetidamente aparece consiste em forçar sutilmente, em pressionar psicologicamente, e fazer com que o candidato tenha a resposta que eu espero; então, já não estou motivando unicamente, mas tentando convencê-lo para que preste o serviço.

O objetivo de uma boa motivação é que o candidato se convença, por ele mesmo, e não se sinta pressionado por minha insistência, pois quando tento convencer alguém, ao invés de motivá-lo, inconscientemente estou propiciando o ambiente para gerar ressentimentos. Eu posso me ressentir se ele não admitir minha mensagem e/ou ele pode ressentir-se se me mostro tendencioso com ele.

Por isso são poucos os que aceitam a mensagem do serviço, apesar de existir bastante "motivação". Talvez haja a necessidade de refletir sobre a forma de motivar.

Finalmente, não devo me preocupar se alguém não presta o serviço depois de minha motivação. Meu dever é respeitar sua reação, suas razões para não fazê-lo. O importante é lançar a idéia do serviço e alguma coisa será muito útil no dia de amanhã: quando o companheiro se decidir a servir, lembrará da boa impressão que teve do servidor que o motivou sem pressioná-lo.

Companheiros: questionem e julguem a ineficácia, inutilidade e incorreção desses três passos para motivar o serviço. Tenho certeza do que estou teorizando, já que na prática isso vem me dando resultado... e disso existem testemunhas.

(Grapevine, jul-ago 2000)                  (VIVÊNCIA - Nov/Dez 2001)              Colaboração Carlos R. – GRM BH/MG

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