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terça-feira, 31 de julho de 2012

Como dizia o Dr. Bob...

 

(Dr. Bob e os Bons Veteranos, pág. 232)

Oscar W., um membro de Cleveland com 29 anos quando ingressou em A.A., lembrou-se quando falou em sua primeira reunião, e de um dos veteranos lhe ter dito: "Quando você é novo, deve tirar o algodão dos ouvidos e enfiá-lo na boca. Sente-se e escute!"

Então Dr. Bob se levantou e disse para Oscar: "Isso mesmo filho, escute. Mas observe e veja o que o homem faz, assim como escuta o que ele diz."

"Depois de estar em A.A. por alguns meses", continuou Oscar, "solicitei por escrito minha demissão e entreguei-a para Dr. Bob. Ele a leu e não riu." Então me olhou e disse: "Bem, você está agindo corretamente". Depois, instruiu-me a ir ao May-Flower Hotel comprar uma garrafa de uísque, tomar alguns bons goles, depois tampar a garrafa. "Se conseguir ficar lá alguns dias sem tomar outro gole, você não precisa de nós". Pensei: "Não existem garrafas e nem dias o suficiente". Mas não lhe disse.

"Vou lhe dizer o que faremos", disse Doc. "Guardaremos para você um pouco de aveia a granel e um pouco de palha no celeiro, porque, com certeza, voltará."

Ele estava certo. Seis meses depois, estava de volta.

"Quando foi publicado o artigo de Jack Alexandre (no Saturday Evening Post), em 1941, trabalhei com cerca de 17 recém-chegados", contou Oscar. "Ajudei-os a pagar o aluguel, levei-lhes comida e carvão e os ajudei a conseguir trabalho. Todos ficaram bêbados."

Fui até Akron e reclamei para Dr. Bob, que me disse: "Você estava fazendo isso para si mesmo e eles fazendo um favor."

"Mas estou ajudando a eles."

"Não", disse ele. "Esses homens lhe mostraram o que acontecerá se você beber. Fizeram-lhe um favor. E quando não bebem, mostram a você como o programa funciona. Das duas formas, eles lhe fazem um favor."

Outra citação do mesmo estilo, atribuída a Dr. Bob por Ernie G., o segundo, foi: "Existem dois tipos de pessoas que se deve observar em A.A. os que conseguem e os que não."

VIVÊNCIA N.° 55 SET/OUT. 1998               Colaboração, Grupo Carmo Sion de AA, BH - MG

DEVOLVENDO






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segunda-feira, 30 de julho de 2012

OS TRÊS PASSOS PARA MOTIVAR O SERVIÇO

tradições ilustradas0029Deus me concedeu o privilégio de prestar serviços em Distritos e Áreas durante algum tempo. Por mais de 15 anos saí para compartilhar em muitos lugares, e freqüentemente se apresentava a oportunidade de motivar a prática do serviço.

Eu aprendi que não é fácil motivar para o serviço; talvez tentar transformar um companheiro em servidor seja tão difícil quanto transformar um bêbado em A.A.

E aqui surge uma pergunta obrigatória: porque é tão difícil motivar, no sentido de que são muito poucos os que respondem ao chamado do serviço?

Sendo honesto, devo reconhecer a ignorância e a falta de observação que tive durante algum tempo. Só através da experiência aprendi que a simplicidade e a humildade são a melhor maneira de transmitir qualquer mensagem. E digo isso porque não é só para o serviço que se requer motivação.

Todo AA se vê algum dia diante da necessidade de motivar: a mensagem de A.A., o uso da tribuna; a leitura das publicações; e a prática do serviço. A motivação em qualquer dos quatro aspectos anteriores requer um processo de três passos: informar, explicar e passar a experiência.

Para transmitir a mensagem de A.A., primeiro devo informar ao alcoólico sobre a existência de um lugar onde pode encontrar a solução, informando-lhe os aspectos gerais do grupo. Logo terei que explicar como funciona A.A., e como pratico meu programa. E finalmente, dar minha experiência pessoal (que é a parte essencial de toda a motivação), compartilhando com ele os benefícios que obtive.

Então, quando quero motivar para o serviço, ajo da mesma forma: o novo membro deve saber que o serviço existe e sobre a necessidade de que alguém o realize. Muitos companheiros não o fazem, não porque não queiram colaborar, mas porque não têm informação do que é feito na estrutura de Serviços Gerais. Mais tarde explico como faço o serviço, quais as funções, responsabilidades, procedimentos e objetivos. Finalmente compartilho os ganhos espirituais e satisfações que se obtém como recompensa, dando-lhe a experiência da efetividade de sacrificar tempo, dinheiro e esforço.

Assim mesmo, para motivar o feito de falar na tribuna, de ler nossa literatura ou qualquer outro tipo de motivação, devo limitar-me a informar sobre a existência do que quero motivar, explicando seu funcionamento e reportando o resultado que conseguirão.

Mas há algo mais, de igual importância. Minha função motivadora deve terminar ali, deixando em completa liberdade a outra pessoa para que tome a decisão final pois, se insisto, caio em atitude de convencimento, e existe uma grande diferença entre motivar e querer convencer. O erro que repetidamente aparece consiste em forçar sutilmente, em pressionar psicologicamente, e fazer com que o candidato tenha a resposta que eu espero; então, já não estou motivando unicamente, mas tentando convencê-lo para que preste o serviço.

O objetivo de uma boa motivação é que o candidato se convença, por ele mesmo, e não se sinta pressionado por minha insistência, pois quando tento convencer alguém, ao invés de motivá-lo, inconscientemente estou propiciando o ambiente para gerar ressentimentos. Eu posso me ressentir se ele não admitir minha mensagem e/ou ele pode ressentir-se se me mostro tendencioso com ele.

Por isso são poucos os que aceitam a mensagem do serviço, apesar de existir bastante "motivação". Talvez haja a necessidade de refletir sobre a forma de motivar.

Finalmente, não devo me preocupar se alguém não presta o serviço depois de minha motivação. Meu dever é respeitar sua reação, suas razões para não fazê-lo. O importante é lançar a idéia do serviço e alguma coisa será muito útil no dia de amanhã: quando o companheiro se decidir a servir, lembrará da boa impressão que teve do servidor que o motivou sem pressioná-lo.

Companheiros: questionem e julguem a ineficácia, inutilidade e incorreção desses três passos para motivar o serviço. Tenho certeza do que estou teorizando, já que na prática isso vem me dando resultado... e disso existem testemunhas.

(Grapevine, jul-ago 2000)                  (VIVÊNCIA - Nov/Dez 2001)              Colaboração Carlos R. – GRM BH/MG

sexta-feira, 27 de julho de 2012

PAZ - TEMÁTICA HOJE 27 DE JULHO



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PAZ

 

"Alicerce do verdadeiro amor, da alegria ao dar de nós mesmos é ver o outro crescer."

O grande anseio daqueles que buscam o crescimento espiritual é a SERENIDADE, estado de espírito em que procuramos alcançar e manter inabalável a paz interior, apesar das vicissitudes da vida.

Para atingir a SERENIDADE é necessário aceitar as coisas que não podemos modificar. Nossa tendência é querer mudar o que não podemos: nosso passado, o modo de ser das pessoas, as circunstâncias de nossa vida, as contingências do mundo ou do país... tudo isso está fora de nosso alcance. Só podemos mudar a nós mesmos e as nossas atitudes.

Existe uma máxima que diz: "Nada muda se eu não mudar." SERENIDADE não é fraqueza ou submissão. O homem sereno aceita o semelhante como ele é, sem coagi-lo a mudar, sem a ele submeter-se.

SERENIDADE não é apenas exercício de paciência ou tolerância, atitudes que podem mascarar o sentir-se superior. A SERENIDADE existe independentemente de atitudes do outro, depende em primeiro lugar de nós mesmos: da CORAGEM de enfrentar ou aceitar o sofrimento, e do esforço para superar nossos defeitos de caráter.

Em primeiro lugar, dispondo-nos a analisar minuciosa e destemidamente nossas ações e nossas atitudes, para descobrir quem realmente somos, e em que devemos mudar. Quantas vezes continuamos a tomar as mesmas atitudes que nos fazem sofrer, esperando resultados diferentes. Admitindo que precisamos mudar, podemos fazer a nossa parte, não alimentando sentimentos negativos, procurando viver de acordo com nossa consciência.

A mudança interior, que leva ao crescimento espiritual, somente ocorrerá se nos abrirmos à ação de Deus, que se manifestará se assim o permitirmos.

A SABEDORIA nos fará compreender essas coisas aparentemente tão simples.

A paz espiritual não significa ausência de problemas ou de sofrimento emocional, pois estes sempre estarão presentes em nossas vidas. Tampouco significa que todas as nossas preces serão atendidas do modo que desejarmos. Nem sempre Deus nos dá tudo o que queremos mas, com certeza, nos dará sempre o que precisamos. A paz espiritual é o alicerce do verdadeiro amor e da alegria que nos permitem dar de nós mesmos, sem qualquer outro objetivo que não seja ver o outro crescer. Muitas vezes pensamos que a felicidade está nas coisas que julgamos necessárias, mas sobre as quais não temos o controle absoluto. Dizemos que para sermos felizes, dependemos do amor das outras pessoas, de nossa saúde física e mental, de nosso equilíbrio financeiro, e de inúmeras outras coisas ou situações. Estamos condicionados a "TER" para nos sentirmos felizes, quando na realidade é muito mais importante "SER". Afirmamos que "temos" nossas mulheres, nossos filhos, nossos pais; é preciso, entretanto, "sermos" maridos, pais, filhos, dando o que de melhor possuímos.

ACEITAR AS COISAS QUE NÃO PODEMOS MODIFICAR requer de cada um de nós que abracemos a realidade de nossas vidas. Pode ser que estejamos doentes, desempregados, deprimidos, com dificuldades no casamento ou no trabalho. Não importa o número, nem a grandeza de nossos problemas, precisamos aceitá-los como parte de nossa jornada de vida. Aqueles que encontram a paz e a felicidade aprendem a enfrentar os seus problemas, muitas vezes maiores que os de outras pessoas: a aceitação os capacita a tirar o maior proveito possível da adversidade, sem se tomarem críticos ou amargos, mesmo sabendo que alguns aspectos problemáticos de suas vidas provavelmente não poderão ser modificados. Devemos lembrar que, em quaisquer circunstâncias, podemos escolher o nosso próprio caminho. Nesse sentido, podemos contar sempre com o nosso programa de recuperação, consubstanciado nos princípios de A. A., notadamente nos 12 Passos sugeridos. Se estivermos atentos, veremos que desde o início, ao sermos escolhidos para participarmos de nossa Irmandade, recebemos a dádiva de Deus, que colocou e continua colocando à nossa disposição as ferramentas necessárias para que possamos nos recuperar e sermos felizes, cultivando a SERENIDADE.

Trabalhando nosso interior, começamos nosso aperfeiçoamento. Estamos aprendendo a todo o momento; basta que estejamos atentos às coisas que nos cercam. Tudo que vemos e ouvimos tem um significado lógico, positivo, tem uma finalidade.

Ao praticarmos o programa, temos a oportunidade de refletir sobre nossa condição humana, sendo induzidos a reflexões profundas. Assumimos a responsabilidade pelo nosso crescimento, aperfeiçoando e desenvolvendo nossas qualidades, enfrentando e corrigindo nossos defeitos de caráter. Sabemos que, pelas nossas imperfeições, encontraremos dificuldades e obstáculos a serem superados.

A análise constante de nossas ações e atitudes, o apoio e os ensinamentos incondicionais de nossos companheiros, a leitura e o estudo freqüente de nossa Literatura, o reconhecimento de nossas limitações, a abertura à ação de Deus, são meios de alcançarmos o crescimento espiritual que almejamos. Guiados pela SABEDORIA que emana de Deus e que se manifesta em nossa “Consciência Coletiva”, adquirida em nossas reuniões e desenvolvida com a prática de nossos princípios, continuemos a trabalhar para alcançar a SERENIDADE, lembrando-nos da grande responsabilidade que nos cabe na construção de uma sociedade mais justa e equilibrada, tendo a CORAGEM de, com nossos exemplos, e praticando o 12° Passo, nos tomarmos íntegros, felizes e úteis, e assim transformarmos o mundo num lugar mais agradável de se viver.

A cada momento, diante de nossas necessidades e de nossas dificuldades podemos dizer simplesmente:

"Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, Coragem para modificar aquelas que podemos e Sabedoria para distinguir umas das outras".

(João Roberto)          VIVÊNCIA N.° 89 - MAI/JUN. 2004.         Colaboração, Grupo Carmo Sion de AA

quinta-feira, 26 de julho de 2012

VIVER ÀS PRÓPRIAS CUSTAS.

 

Alguém descobriu como pode ser gostoso praticar a Sétima Tradição.

Quando cheguei em A.A., há alguns anos, eu tinha uma imagem negativa da Irmandade e achava que já sabia tudo em relação ao álcool. Cheguei até pensando que eu vinha para ajudar pessoas infelizes, que tinham destruído suas vidas por não saberem beber e porque alguém, tirando proveito da situação, se beneficiava às suas custas!

Logo eu quis saber quem é que ficava com o dinheiro, que certamente vinha do governo, da prefeitura, da comunidade e de doações em geral. Para minha surpresa, me explicaram que o grupo sobrevivia daquela mirrada sacolinha azul e que não aceitava doações de fora. Quando, um dia, cheguei a servir como tesoureiro do Grupo, senti como é gostoso viver as nossas próprias custas.

Há algum tempo, ajudei um companheiro mais antigo e com muita experiência em A.A., a formar um grupo numa cidade vizinha. O segundo companheiro a ingressar naquele grupo, buscando ajuda, tinha o mesmo pensamento que eu tive quando cheguei. Após algumas semanas, explicamos a ele que ali ainda não corria dinheiro, pois nem a sacola nós passávamos. Foi quando meu experiente companheiro propôs ao novato que, se ele concordasse em servir como tesoureiro do grupo recém-formado, nós começaríamos a praticar a Sétima Tradição. Ele aceitou.

Atualmente, o grupo tem em média dez companheiros por reunião e o ex-(ótimo) tesoureiro vai completar três anos de A.A.

(Floriano, Atibaia/SP)             Revista Vivência n° 73 – set/out 2001               Colaboração,  Grupo Carmo Sion de AA

Homem que é homem não chora

Parece-me que o Quinto Passo é especialmente difícil para os homens, porque pega a mística masculina pelo touro, quando não pelos chifres. Um homem é supostamente auto-suficiente. Cuida dos seus próprios assuntos. Não vai a outro homem com problemas de ordem pessoal. Os sentimentos de um homem são validados por uma mulher, não por outro homem.

Para mim, que cresci nos anos cinquenta, havia apenas dois tipos de homem: os homens de verdade e os de outro tipo. Proveniente de um lar alcoólico, fui naturalmente um adolescente perturbado. Havia muitos homens mais velhos ao meu redor, que talvez pudessem ter ajudado, mas eu tinha dificuldades em me relacionar com eles. Exceto um monge passionista que encontrei quando fazia um trabalho de meio turno num mosteiro da cidade. Padre Connel era gentil e falava sem ofender, e acima de tudo escutava. Passei muitas horas andando por aqueles acres serenos e enclausurados, ao lado dele, tentando desatar o enigma da minha existência.

Minha consciência moral sensível demais me deixa sentindo-me abaixo dos ideais religiosos com os quais crescí. O Deus que nós buscávamos juntos impunha termos duros demais para mim, e isso me empurrou ainda mais fundo para o isolamento , causando uma sensação de abandono total. Mas a salvação estava a caminho, na forma do álcool e da literatura mundana.

Onde a religião me havia restringido e limitado minhas experiências , o álcool e as idéias mundanas libertaram minha mente e meu espírito. No começo, a estrada era larga e tinha muito espaço. Mas foi-se apertando até virar uma trilha, depois uma linha apenas, onde eu tinha de andar ou caía. E o meu equilíbrio não foi ficando melhor. Acabei com medo de sair do apartamento, com medo de atender ao telefone ou à porta. No final, fui para A.A. e com o tempo fiquei sóbrio.

A maioria dos homens com os quais falei em A.A. possuíam "questões masculinas", que tinha a ver com a pressão que a sociedade coloca em cima dos homens. Parece haver uma tácita tradição cultural que concede às mulheres a licença para expor sentimentos em nome da espécie. Enquanto isso, dos homens espera-se magicamente, que confirmem a masculinidade para seus filhos e uns aos outros. Uma carga terrível, ainda mais se você não tem certeza do que é ser homem.

O Quinto Passo traça e sacode esses velhos tabus até os seus fundamentos. Já por uma coisa: esse Quinto Passo pede que se fale franca e abertamente sobre sexo. Com bêbados, a maioria de nós homens mentíamos um bocado uns para os outros, e para nós mesmos, como um imperativo social. Sóbrios em A.A., muitas vezes exercemos nosso direito de ficar em silêncio. É um direito que exercitamos a nosso próprio risco - o Livro Azul diz que às vezes a nosso próprio perigo.

Houve coisa no meu Quarto Passo que jurei nunca contar a ninguém. Tinha certeza de que, se certas pessoas soubessem, me expulsariam da Irmandade. (Algumas até podem ter tido vontade de fazer isso, mas A.A. tem planos para nós que são muito mais generosos do que quaisquer que desejaríamos uns para os outros, se deixados por nossa conta.) Passei meus dois primeiros anos cuidando das necessidades alheias, porque queria evitar as minhas.

O problema com esse meu comportamento é que basicamente era desonesto. Eu queria projetar uma imagem de estar bem e de ser o certo, que era falsa, mais danosa para mim do que para as pessoas com as quais convivia. Deixar que alguém venha a conhecer você é assustador. (Mais tarde, aprendi o paradoxo de que ser vulnerável coloca você numa posição invulnerável.)

Devagar, à medida que o escapismo deixava de funcionar, fui deixando outras pessoas me conhecerem. Quando vinha uma aceitação inesperada da parte dos outros, era estupendo, como o primeiro drinque. Eu queria mais. Fui falando a meu respeito a cada vez mais pessoas, no interesse da "honestidade". Mas essa história de ir-se recuperando é um negócio cheio de curvas na estrada. Bem devagar, precisei ir aprendendo a diferença entre candura, exibicionismo e honestidade. Se estou falando a verdade por uma razão egoísta, não estou sendo honesto. Quanta dor nas relações ruins provém apenas dessa falta de objetividade!

Até a confiança pode ser uma armadilha. Pessoas que pensam em fazer o Quinto Passo provavelmente recordam-se de como usaram e abusaram da confiança dos outros. A maioria das suas experiências com confiança, especialmente para quem veio de lares alcoólicos, foi infeliz. É aqui que a honestidade comigo mesmo funciona muito bem para mim. Se confio a certa pessoa alguma coisa a meu respeito, porque quero obter qualquer coisa dessa pessoa, então a "confiança" é apenas uma isca. E o anzol é o interesse, que é a causa de toda a minha infelicidade. A cura para essa situação é a experiência contínua com os Passos, na minha opinião.

Anos em que atravessei meus anos de crescimento, para virar adulto, deixei de aprender de colocar minha vida numa base de dar e receber. Vou ouvir seus problemas - mas não me pergunte nada sobre os meus. Ironicamente, foi por essa razão que deixei de me identificar inicialmente com o alcoólico egoísta. Sempre estava "dando". Entretanto, um exame mais profundo dos meus motivos me mostrou o que mais tarde aprendí em Al-Anon: que o cuidado é o lado ensolarado do controle.

Penso que muitos homens em A.A. existe um bocado de questões centradas ao redor de poder, controle, e de ser quem manda. Tentei ir a algumas poucas reuniões só para homens, mas o manto defensivo e de pose, que pairava sobre esses augustos encontros, era de gelar os ossos. Senti-me como que participando de um ritual.

Graças a Deus, uma das grandes mudanças em A.A., desde aqueles tempos, é que os homens têm liberdade para se expressarem como homens e como seres humanos, em qualquer reunião de A.A. Nessa arena, de fato atingimos a maioridade.

Ir melhorando significa ir compartilhando minhas esperanças e medos com outros homens. Quando eles compartilhavam também, como sempre fizeram, eu experimentava uma cura de lembranças, memórias, e uma sensação maravilhosa de unicidade com as pessoas em geral. Meu relacionamento com as mulheres melhorou imediatamente. Passei pelo terror de remover minha armadura masculina, e experimentar a alegria de não precisar de uma. Cada homem com quem me encontrei dessa maneira desarmada, me deixou com um pouco mais de mim mesmo para trazer ao mundo todo.

(Jim N., Grapevine)                (Vivência - Março/Abril 2002)                    Colaboração, Grupo Carmo Sion de AA    

quarta-feira, 25 de julho de 2012

SERVIÇO: PEQUENINAS TAREFAS

 

Percebi, ao longo dos meus trinta anos de sobriedade, que não há um só trabalho importante em A.A., e sim, milhares de pequenas tarefas aparentemente sem importância, as quais são realmente importantes se eu pretendo sobreviver sóbrio.

É como uma máquina muito complicada que tem uma quantidade enorme de pequenas peças, as quais estão todas trabalhando bem. A máquina funciona suavemente e bem, porém se uma daquelas pequeninas peças pára de trabalhar, a máquina toda não passa de um ferro velho.

Assim é o Serviço em A.A.; cada um fazendo sua pequena parte para uma grande engrenagem funcionar bem. Eu sou uma pequena peça desta máquina e embora há trinta anos servindo, minha sobriedade tem me tornado útil para estas pequenas coisas que chamamos de serviços, peças fundamentais para atingirmos nosso propósito primordial.

Minha eterna gratidão ao Grupo Alcântara, de São Gonçalo, Rio, onde ingressei, e aos companheiros de Campinas, que me receberam muito bem, já com meus três anos de sobriedade.

Novinho em A.A., foi num desses encontros, em Rio Bonito, que conheci uma companheira e logo veio à minha cabeça: "encontrei meu amor no jardim de A.A." Lembro-me que fui à primeira excursão do Grupo numa Kombi e meu táxi. Naquele dia estava começando uma nova vida! Casei-me com esta companheira e vim morar em Campinas. Meu casamento durou 26 anos e ela veio a falecer, sóbria.

Como a vida continua, casei-me novamente e esta nova esposa deu-me o maior presente da minha vida: um filho lindo, já com quatro anos.

Ele vai às reuniões abertas comigo e faz a oração da serenidade com amor e alegria. Fico feliz por ser um pai sóbrio.

Aos companheiros de Campinas, os que chegaram depois de mim, minha gratidão por terem me compreendido quando cheguei e como sou hoje, lembrando sempre que serviços são pequeninas tarefas que fazemos que nos levam à maior das dádivas: a sobriedade!

Obrigado pela oportunidade de compartilhar isto com meus companheiros por mais 24 horas.

Jorge D./Campinas/SP             Vivência n° 96 - Julho/Agosto 2005         Colaboração, Grupo Carmo Sion de AA

segunda-feira, 23 de julho de 2012

OS OUVIDOS DO RELIGIOSO

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O ANONIMATO - Princípio Básico Espiritual

 

 

Quem está realmente interessado no trabalho Espiritual, tem como ideal o anonimato. Procura por todos os meios livrar-se das glórias da popularidade ou da fama. Tem, sem nenhuma dúvida, que resistir a tentação do orgulho e da vaidade que traz consigo, porque sua preocupação é a obra que está realizando. Não busca atrair atenções para si, nem tampouco promoção pessoal. O objetivo é o de "Realizar-se a si mesmo", trabalhando para o bem dos demais, desinteressadamente. O egoísmo cede seu lugar a um amplo altruísmo. A humildade mata a personalidade exibicionista, e dá à luz uma existência autêntica e profunda. Nasce daí um Amor gratuito. Não procura só fazer o bem, torna-se bom, porque do bom só emana o bem.

No exercício do anonimato o que importa é a verdade por si mesma e a humildade de quem a expressa, como o calor que envia o sol, por graça de seu criador. O Anonimato é o alicerce espiritual de todas as Tradições (orais ou escritas). É a sua substância espiritual por excelência.

O Anonimato é a humildade na prática de fazer coisas pelos outros; esforçando-se para que ninguém saiba do sacrifício. É, portanto, urna combinação de sacrifício e humildade. O resultado é a felicidade interior - o mais sublime dos estados de espírito.

O Anonimato deixa de ser o "Sacro-Ofício" e desaparece a humildade, se houver busca de recompensas ou pagamentos, e, passa a ser uma "Transação" de favores interesseiros e promocionais.

Tudo isso nos ensina, que a prática do anonimato nada mais é que: "A humildade em pleno Serviço".

 

Por NELSON F.        Colaboração, Grupo Carmo Sion de AA

sábado, 21 de julho de 2012

O plano que eu precisei ver para crer


 

O primeiro gole só pode ser evitado hoje.IF08_10

Confesso que o plano das vinte e quatro horas nunca havia me impressionado, pois quando decidi aceitar a programação e dar um basta àquele sofrimento, entreguei-me de corpo e alma às reuniões.

Quando não tinha reunião no Grupo onde eu havia ingressado, ia em outros Grupos da região e nas horas vagas estava sempre com literatura de A.A nas mãos. Assim, eu não via onde aplicar o plano das vinte e quatro horas.

Certa vez fui visitar um cliente que possui um alambique numa cidade bem próxima à minha. Enquanto esperava o cliente, por cerca de 40 minutos, eu observava um homem que estava indo ao tonel várias vezes. Quando o meu novo cliente chegou, começou a insistir para que eu bebesse. Então eu disse que pertencia a uma Irmandade, que não bebia, e por fim contei que era um AA. Esse cliente chamou o homem que já havia tomado vários goles e sugeriu a ele que fosse conhecer um Grupo para ver se conseguia parar de beber.

O homem disse: "Eu conheço o senhor. Já fui às reuniões daqui (eu havia iniciado o Grupo nesta cidade), mas como só há reuniões uma vez por semana , nos outros dias eu bebia. Então não fui mais."

Com esse depoimento eu percebi a importância do plano das vinte e quatro horas. Então, expliquei para ele que deveria ficar sem beber só por hoje, só nessas vinte e quatro horas.

O homem então completou: "Se o senhor tivesse colocado isso na minha cabeça antes, talvez eu tivesse evitado a bebida, hoje."

Depois de sentir a importância do plano das vinte e quatro horas, abracei o homem e saí com a promessa de que ele iria voltar ao Grupo.

(Floriano, Atibaia/SP)              Vivência 53 - Mai./Jun. 1998              Colaboração, Grupo Carmo Sion de AA

sexta-feira, 20 de julho de 2012

VENHA INTERAGIR CONOSCO


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quarta-feira, 18 de julho de 2012

BILL W. E A PRECE

"Coloquei-me sob SUA proteção sem reservas"BillW

"Deus propõe e o homem dispõe".

William Griffith Wilson, certa vez, andava às apalpadelas na escuridão até que Deus o tocou e ele, por sua vez, tocou a outros. Ele descreveu a sua experiência, dizendo: "De repente o quarto se iluminou de uma enorme luz branca. Fui envolvido por um êxtase que não há palavras que possam descrevê-lo. Parecia, na visão de minha mente, que eu estava numa montanha e que um vento, não de ar, mas de espírito, estava soprando".

Apesar de a Igreja jamais ter aplicado oficialmente o nome de "profeta" a alguém que não estivesse assim titulado nas "Escrituras", não há dúvidas de que Deus falou ao Seu povo através de vozes como São Francisco de Assis, São Vicente Ferrer e, nos tempos recentes, através de Bill.

Bill prezou muito o que recebeu e acreditou que era bom para os outros, dizendo: "Humildemente ofereci-me a Deus, como o concebia, para que ELE fizesse de mim como ELE queria". Bill disse: "Coloquei-me sob SUA proteção sem reservas. Admiti pela primeira vez que dependendo de mim eu nada era; que sem ELE eu estava perdido. Enfrentei sem medo os meus pecados e preparei-me para que meus novos amigos os arrancassem, raízes e galhos. Nãobe bi mais desde então".

Veio a acreditar que, conforme suas necessidades, esta seria a sua força; que quanto mais a vontade de desistir lutasse consigo, mais o seu Deus lhe daria a força necessária para vencê-la. Em sua vida, Bill mostrou a todos nós que jamais deveríamos exigir tanto de Deus além do que ELE sempre nos tem dado. É ELE que nos quer dar e nós que recusamos receber. É Deus que está rezando pelos homens cujas orações não são ouvidas por eles. Jamais podemos pedir-LHE algo sem perceber que ELE já não nos tenha oferecido. A verdade de Bill é isto: Deus propõe e o homem dispõe".

Foi preciso que um corretor de Wall Street viesse nos lembrar que Deus é nosso Pai, aquele que respeita a nossa liberdade, que não nos obriga em nenhuma circunstância a aceitar Suas dádivas; que a oração é um inventário, um levantamento de tudo o que Deus tem feito por nós; que a palavra de Deus nos faz pobres por revelar quão ricos somos de fato; que nenhuma atividade pode ser frutífera se não for concebida numa retração da vontade pessoal e numa atitude de atenção e aceitação da vontade de Deus. Através de sua visão, ele nos ensinou que devemos aceitar um Poder Superiora nós mesmos, pelas demandas que Ele faz de nós.

Quando Bill Wilson foi chamado para trabalhar no vinhedo que Deus lhe destinou, ele tinha que começar por experimentar a realidade de que ele não era nada. Deus o reduziu a nada. Antes de encontrar-se consigo mesmo, ele tentara subir a um pedestal, mas Deus mostrou-lhe que Ele gosta de procurar SEUS amigos na sarjeta. Por tê-los tirado da sarjeta, Deus assegurou-se de que a pessoa que Ele escolheu jamais reivindicaria algum mérito para si, o que Bill jamais fez.

Apesar do fato de que os "Doze Passos" de A.A. são uma escalada íngreme e difícil, o alcoólico tem a segurança de que existem dois corrimões para ajudá-lo: Deus e a Irmandade de A.A.

Há um poder de comunhão que transforma, amadurece e instrui o alcoólico que sofre.

Uma das vozes do passado, São Francisco de Assis, orou:

"Deus, faze de mim um instrumento de Tua paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; onde houver ofensa, que eu leve o perdão; onde houver
desespero, que eu leve a esperança; onde houver erros, que eu leve a verdade; onde houver dúvidas, que eu leve a fé; onde houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver trevas, que eu leve a luz; onde houver tristeza, que eu leve a alegria. Ó Divino Mestre, conceda-me que eu possa ser menos consolado do que consolar; compreendido do que compreender; amado do que amar; porquanto, é dando que se recebe; é perdoando que se é perdoado; é morrendo que se vive para a vida eterna."

Obrigado, Bill Wilson, por nos lembrar de tudo isto!

Artigo escrito por Peter Geiger, no "Akron Beacon Journal",
sábado, 13 de março de 1971.

"O alcoólico tem a segurança de que existem dois corrimões para ajudá-lo: Deus e a Irmandade de A.A."

Vivência n° 98 Nov./Dez. 2005           "O impossível é questão de tempo."            Tradução: Aluízio R

A SOBRIEDADE ESTÁ AO ALCANCE DE TODOS:VALE A PENA TENTAR

 

Prestes a completar um ano que ingressei na Irmandade de Alcoólicos Anônimos é natural, quase imperativa a realização de um pequeno inventário, buscando assim avaliar o que A.A. tem feito comigo; que mudanças aconteceram, quais os caminhos ainda por trilhar; cresci? Está valendo a pena?

Ao chegar numa sala de A.A., em março de 2004, levado por uma sobrinha a meu pedido, não estava bêbado nem de ressaca; não vinha de sanatório, clínica de reabilitação, hospital ou delegacia, mas estava preso; preso ao domínio da vergonha, do desespero, da solidão, da insensatez, da doença do alcoolismo.

Também não havia perdido minha profissão, aposentado há seis anos; nem bens materiais, nem o amor de minha família, mesmo já cansada; estava perdendo meus conceitos de moralidade, de caráter, que caracterizam os chamados homens de bem.

Buscava e não encontrava aquele Roberto que aos 16 anos ingressou na vida militar, galgou até o penúltimo posto e se aposentou com honras.

Aquele que queria e conseguiu ser exemplo aos seus comandados; aquele que era dócil numa profissão dura, pois não enxergava incompatibilidade, e estava certo.

Quando cheguei em A.A. não era o mesmo homem; o álcool, em seis anos, tomou-me amargurado, solitário, desesperado, cansado, exemplo sim, de vergonha.

Hoje sei que estava perdido; cada dia me aprofundava mais no meu poço; se cheguei ao fundo não sei, mas conheci o suficiente para querer sair.

Eu sabia que deveria sair; conselhos e lágrimas dos que verdadeiramente me amam não faltaram; trabalhos no candomblé e passes no espiritismo também não. Pai Nosso e Ave Maria, fizeram por muito tempo parte do cotidiano das minhas ressacas, até que aos poucos, o ceticismo foi também se instalando. Minhas preces tomaram-se apenas o lamento de um pobre coitado.

Numa das últimas bebedeiras, de ressaca, ao lado de minha mãe e de uma prima querida, fiz uma novena e minha última promessa, desta feita não por acaso, ao padroeiro das causas impossíveis, São Judas Tadeu; na verdade até ajudou, pois consegui não beber durante mais de um ano. Contudo, a partir do terceiro mês, o álcool não me saía da cabeça e o medo de decepcionar particularmente minha mãe era o que me segurava; a solidão era a mesma da época em que bebia e, ao completar um ano, comecei a me programar para beber, o que aconteceu logo depois.

O álcool venceu mais uma vez. Aí sem dúvida reside toda a diferença: eu estava sem beber mas não atingira a sobriedade que vim encontrar no Programa de Alcoólicos Anônimos.

Ao contrário daquele período, hoje A.A., além de me permitir o “fechar da garrafa", mostra-me a necessidade, seja através das reuniões de recuperação ou da literatura, de aprender a viver sóbrio, e que a sobriedade está ao alcance de todos.

A Sobriedade chega a mim através de um passeio rumo à espiritualidade contida nos Doze Passos, que aos poucos vou tentando seguir. É verdade que às vezes paro, descanso; penso não conseguir, pois sair de um processo de auto-destruição para o de auto-crescimento não é muito fácil, mas vou caminhando.

Interessante é que o "remédio" tem se mostrado cada vez mais doce; exceto pelo medo de ser feliz se justifica a relutância em tomá-lo.

Ao término desse ano como membro de A.A., descubro-me feliz. Não aquela felicidade a que já me referi em outros escritos, contida nos primeiros copos, aquela ilusão fornecida pelo inimigo álcool para me fragilizar nas incontáveis "saideiras". Esta é fruto da sobriedade, é uma felicidade tranqüila, sem pressa, incorporada ao cotidiano de uma caminhada na orla; no despertar consciente da véspera e no adormecer em paz no meu sítio, onde leio um bom livro, cuido de um canteiro, observo um passarinho, converso com Deus, que é o meu Poder Superior.

É a felicidade do haver retornado a uma sala de aula, onde, aos meus 51 anos e convivendo com a garotada mais jovem, descubro que o álcool me poupou alguns neurônios, que me permitem ainda aprender o Francês e o melhor, com prazer.

É constatar que a minha vida não acabou quando parei de beber, tornou-se mais interessante, mais rica, mais bela.

A.A. tem me ajudado a descobrir a cada dia esse Deus maravilhoso que está em todas as coisas, inclusive dentro de mim.

Hoje, graças à Irmandade, sou menos religioso e mais espiritual; ganhei uma fé, à qual atribuo o principal esteio da minha eterna recuperação.

Li em algum lugar: "felizes aqueles doentes que precisam do Poder Superior para a sua recuperação"; nada mais verdadeiro. Não dependemos de cirurgia ou medicamentos, dependemos apenas de Deus.

Assim vou prosseguindo, conectando-me diariamente com esse Poder que me recupera; agradecendo e descobrindo que o caminho é longo, estou apenas começando.

As feridas do ontem podem fechar, mas as cicatrizes devem permanecer; elas sempre me ajudarão a planejar o meu amanhã.

Se Deus e eu quisermos, serão mais vinte e quatro horas de sobriedade. E eu quero, pois está valendo a pena!

Roberto Salvador/BA            Vivência n° 96 Jul./Ago. 2005        Colaboração Grupo Carmo Sion de AA

segunda-feira, 16 de julho de 2012

DEI UMA CHANCE A MIM MESMO

 

Aos dezoito anos teve início ao meu fundo de poço! Já não tinha respeito nenhum pela família; amigos eram somente aqueles de boteco, onde somente o dinheiro era o alvo.

Mas para mim, de forma alguma seria um alcoólico, porque, como poderia ser alcoólico uma pessoa que bebe só nos finais de semana e tomava só cerveja?

Foi então que conheci minha esposa, já no alcoolismo, casou-se assim comigo, tendo todas aquelas infelicidades que um alcoólico pode proporcionar.

Conheci alcoólicos anônimos pela primeira vez aos 18 anos, mas de forma alguma aceitei pois não fui por mim e sim para fazer média com a família, que já estava me desprezando totalmente. No meu casamento aconteceram aquelas brigas, agressões, e também separações, pois minha mulher já não agüentava mais aquela vida. Guiada por um poder superior., após uma separação, que não haveria mais volta, minha esposa me vez o convite para novamente procurar ajuda. Aceitei! Resolvi dar uma chance a mim mesmo; tentei evitar o primeiro gole um dia de cada vez.

Passei então a ter um contato maior com esse Deus Amantíssimo pedindo que me desse força para eu me tornar uma pessoa digna e com caráter. Não faltando ás reuniões, fui cada vez mais conhecendo e levando o programa a serio resultando assim na minha própria progressão espiritual.

Faz um ano que conheci essa Maravilhosa Irmandade que salva vidas no mundo todo e eu tenho prova disso porque salvou a minha e a da minha família. Sei que sou um doente alcoólico, mas posso como qualquer um viver em paz comigo mesmo e com os outros.

Hoje luto contra aquelas imperfeições e defeitos de caráter adquiridos pelo álcool e rogo ao meu Poder Superior que me ajude a removê-los.

Minha vida sem o álcool não virou um mar de rosas, nem fiquei rico, mas hoje sei que sou uma pessoa digna e converso com qualquer um de igual para igual, sem vergonha do bafo ou de qualquer outra coisa.

Graças a Alcoólicos Anônimos hoje tenho uma vida digna. Tudo isso porque me dei uma chance de viver uma nova vida.

Abraços e milhares de 24horas de serena sobriedade aos meus iguais.

Anderson/ Mogi Mirim/ SP            Vivência 102 - Jul. / Ago. 2006          Colaboração, Grupo Carmo Sion de AA

ALCOOLISMO - HÁ UMA SOLUÇÃO.


ALCOÓLICOS ANÔNIMOS
GRUPO ARAÇÁS
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Reuniões: Segunda, terça, quarta e sexta 19:30h.
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domingo, 15 de julho de 2012

UM PROGRAMA ABRANGENTE


Um programa abrangente

"Bill e Bob foram os escolhidos; iluminados e abençoados ao fundarem esta maravilhosa e milagrosa Irmandade."

Quando fui à minha primeira reunião de A.A., cheguei com um ponto de interrogação tão grande que mal cabia na minha cabeça; mais parecia uma bomba relógio que a qualquer momento iria explodir.

As dúvidas eram muitas e eu queria respostas; achava que ouvindo depoimentos dos membros as encontraria. Devo ter ido a duas ou três reuniões nas quais só chorei. Minha mente estava tão fechada que até hoje não consigo me lembrar de nada; apenas que fui abordada por alguns membros que me encaminharam ao Al-Anon.

Nas primeiras reuniões sentia-me como um peixe fora d’água, não conseguia assimilar nada do programa, quanto mais admitir que fosse para mim. Graças ao Poder Superior, hoje digo que sou privilegiada por ter sido agraciada com este maravilhoso programa que é o Al-Anon. Paralelamente continuei a assistir as reuniões de A.A., mas considerando que para se tomar membro o único requisito é o desejo de parar de beber (Tradição três), percebi que não me enquadraria como tal, então me intitulei amiga de A.A., passando a freqüentar as reuniões nesta condição.

Com o tempo concluí que não estava apenas assistindo, mas sim usufruindo das reuniões. Foi quando entrei em conflito, briguei muito com o programa, com Deus e comigo mesma. Após muito discutir com algumas companheiras, após muito ler a literatura e principalmente após continuar persistindo nas reuniões, muitas vezes contra a vontade, apenas levando o corpo, hoje percebo o quanto Deus é misericordioso.

“Bill e Bob foram os escolhidos; iluminados e abençoados ao fundarem esta maravilhosa e milagrosa Irmandade.”

Analisando os Doze Passos, verificamos que os únicos que se referem diretamente ao alcoolismo são dois: o primeiro e o último, ou seja, ao substituirmos as palavras "álcool e alcoólicos", primeiro e décimo segundo Passos respectivamente, verificamos que o programa é muito mais abrangente, vai muito além do que ao simples objetivo a que se propõe; ele é aplicável a uma infinidade de situações, a qualquer tipo de manifestação de distúrbio de comportamento, dos quais para mim o alcoolismo é apenas mais um.

Particularmente não sofro de dependência alcoólica, mas o A.A. e o Al-Anon permitiram-me descobrir que o alcoolismo é uma doença, uma doença da família

Conseqüentemente deparei-me com meus inúmeros defeitos de caráter e o mais importante: permitiu-me constatar que praticando o programa, mantendo a mente aberta, um dia de cada vez, isso também vai passar.

Costumo dizer que estou engatinhando na programação, ainda tenho muito a aprender, mas pelo menos de uma coisa eu já sei: tenho vida própria, não tenho, ou melhor, não devo viver em função de outros, independente de quem sejam. Para muitos, isso pode parecer uma grande bobagem, mas para mim, esta foi a maior descoberta. Não sei se estou infringindo alguma tradição, só sei que senti uma imensa necessidade de externar minha profunda gratidão a Deus em primeiro lugar, a esses fundadores de A.A. que inspiraram a criação de tantos outros Grupos, como também a cada um dos meus queridos companheiros e companheiras de A.A. e Al-Anon.

Hoje posso dizer que Deus me proporcionou uma nova família, com a qual posso compartilhar tanto minhas alegrias quanto minhas tristezas, sem sofrer nenhuma critica, recriminação ou humilhação.

Confesso que essa sensação de leveza muitas vezes me surpreende, pois minha vida resumia-se em lamentar o passado e temer o futuro; agora a programação me possibilita "viver só por hoje" e "um dia de cada vez" venho sendo resgatada.

A todos o meu muito obrigada!       "...essa sensação de leveza muitas vezes me surpreende..."

Eunice/Al-non/Cuiabá-MT          Vivência n° 97 Set./Out. 2005          Colaboração, Grupo Carmo Sion de AA

sábado, 14 de julho de 2012

NOTÍCIA INTERNACIONAL.


ALCOÓLICOS ANÔNIMOS
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quinta-feira, 12 de julho de 2012

A AUTO-SUFICIÊNCIA - TEMÁTICA NESTA SEXTA 13 DE JULHO







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quarta-feira, 11 de julho de 2012

DINHEIRO E RESPONSABILIDADE EM ALCOÓLICOS ANÔNIMOS


O princípio de A.A. de que "não há taxas nem mensalidades obrigatórias", não pode ser interpretado como não existindo responsabilidades individuais ou deveres dos Grupos no que se refere à manutenção dos serviços da nossa comunidade. Temos que nos conscientizar que há despesas legítimas que precisam ser atendidas e que pertencem a A.A. como um todo. São SERVIÇOS VITAIS, sem os quais jamais poderíamos levar sua mensagem. Não acumular riqueza; manter a Obra simples e espiritual não significa que devemos mante-la sem recursos e numa pobreza total.

Sabemos que o acúmulo de dinheiro e de riquezas têm arruinado muitos homens, famílias, organizações e até muitas nações. Mas, sabemos também, que no limite adequado, e quando bem utilizado o dinheiro pode servir a grandes causas. Não precisamos de muito dinheiro; de grandes somas, porém, o mínimo indispensável é imprescindível ao nosso crescimento. Afinal, devemos ou não ser autossuficientes? Sejamos generosos diante de uma missão tão nobre.

Se não devemos aceitar "quaisquer doações de fora", fica claro que elas terão que vir (de dentro) da própria Comunidade. As contribuições são totalmente voluntárias; espontâneas, o que não quer dizer que ficamos desobrigados de contribuir de alguma maneira para a continuidade do Terceiro Legado, ou que "meia dúzia de tostões" serão suficientes. Caminhar com os próprios pés não é "tropeçar nas próprias pernas". Decidamo-nos, pois isso é apenas, o começo do nosso TERCEIRO LEGADO, já que temos a menor organização de serviço possível.

Não se pode contornar essa situação, que se perpetua, com medidas paliativas; corre-se o risco de nos defrontarmos com outra fase crítica que quase nos leva para o "buraco", Um novo confronto aos moldes do anterior não será nada cômodo para a COMUNIDADE DE A.A. como um todo.

Mesmo sabendo que as nossas contribuições financeiras não são de maneira alguma, uma condição para pertencermos à Comunidade de A. A., devemos nos sentir felizes em colaborar para que o "LEGADO, DE SERVIÇO", que tanto louvamos, se torne REAL, ou seja, possível de ser executado. E sejamos, em verdade, AUTOSSUFICIENTES, como nos sugere a nossa SÉTIMA TRADIÇÃO.

Por Nelson Faria – Colaboração, Grupo Carmo Sion de AA

terça-feira, 10 de julho de 2012

REUNIÃO CORUJÃO NO GRUPO ARAÇÁS - SEXTA FEIRA, 03 DE AGOSTO

QUEM FOR PERNOITAR NO LOCAL,

FAVOR CONFIRMAR PRESENÇA ATÉ DIA 30 DE JULHO

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Quanto custa ser membro de A.A.?

 

Não existem obrigações financeiras de nenhum tipo para os membros de A.A. O programa de recuperação do alcoolismo está à disposição de qualquer um que deseje abandonar a bebida, esteja sem dinheiro ou com milhões.

A maioria dos Grupos locais faz uma coleta, nas reuniões, para cobrir o aluguel da sala, bem como outros gastos, inclusive o café, sanduíches, bolos, etc. Numa grande maioria dos Grupos, uma parte do dinheiro arrecadado dessa maneira é destinada, voluntariamente, ao Escritório de Serviços Gerais de A.A., para ajudar a custear seus serviços nacionais e internacionais. Esses fundos dos Grupos são utilizados exclusivamente para serviços destinados a ajudar Grupos novos e antigos a levar a mensagem do programa de recuperação de A.A. aos "milhões de alcoólicos que ainda o desconhecem" .

A idéia fundamental é que ser membro de A.A. não depende de apoiar financeiramente a Irmandade. Aliás, muitos grupos de A.A. estabelecem severas limitações sobre o montante de contribuição de seus membros. A.A. é inteiramente auto-suficiente e não aceita contribuições externas.

Fonte: Livro 44 Perguntas – Colaboração, Grupo Carmo Sion de AA

sábado, 7 de julho de 2012

CONHEÇA O AA


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sexta-feira, 6 de julho de 2012

quinta-feira, 5 de julho de 2012

UMA SAÍDA!


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SÉTIMO PASSO


7º PASSO
"Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições"
Este Passo inicia-se com uma palavra chave para o nosso processo de recuperação: HUMILDADE.
Uma das palavras de nossa língua com a qual perdemos um grande tempo tentando explicá-la e nunca conseguimos devido à grande dificuldade em praticá-la.
Desde criança recebemos direcionamentos para sermos o melhor, o mais bonito, o mais capaz e quando o fazemos nos colocam num pedestal e nos inflam o ego.
Geralmente encontramos grande dificuldade para analisar nossas imperfeições, pois é muito cômodo culpar os outros e essas imperfeições são a causa do nosso deficiente relacionamento.
Quando por necessidade somos obrigados a nos retratar chamamos a isto de renúncia e nos orgulhamos de nossa atitude.
Este Passo nos traz uma novidade: - o não exigir e sim pedir. Nossos defeitos são sempre alimentados pelo medo de perder ou não conseguir algo que consideramos essencial para nossa felicidade.
Sabemos que alguns de nossos defeitos dependem só de nossa própria vontade para serem corrigidos: - mentimos porque queremos ou gostamos; fofocamos, agredimos com palavras e atitudes, somos donos da verdade, somos impacientes, procrastinamos, somos falsos, etc. porque nos acostumamos a isso e disso tudo podemos nos livrar adotando novas atitudes.
Existem, porém problemas que são mais graves, pois são inerentes à nossa personalidade. Quando perdemos o controle erramos instintivamente e o posterior arrependimento nada resolve ou ainda piora a situação. Deste descontrole somente Ele nos pode oferecer condições de nos livrarmos.
Analisando friamente o assunto em minha vida constatei que tenho que fazer alguma coisa, pois todo o descontrole parte de uma situação perfeitamente controlável.
Sem me dar conta, inicio um processo que pouco a pouco alimenta a neurose que me domina e só termina quando explodo e, normalmente esta explosão tem que atingir alguém que culpo por aquele meu estado, pois adoro ser vítima. Através da prática deste Passo venho conseguindo paz interior, tranqüilidade e sobriedade, que dependem muito da minha capacidade de ser equilibrado e responder aos problemas com atitudes dentro de uma faixa de reações emocionais normais.
Venho conseguindo este novo modo de viver trilhando a proposta dos Doze Passos de A.A. e freqüentando as reuniões do Grupo, onde encontro cumplicidade e calor humano.
Do próximo Passo em diante vou me preparar para um mundo que será sempre o mesmo: - eu é que deverei ser diferente.
Fui excluído por ser diferente de uma forma negativa e agora, a inclusão vai depender de mim, que eu seja mais uma vez diferente, porém de maneira positiva.
Érico-SP - Revista Vivência - 117 - Jan./Fev.2009 -  Grupo Carmo-Sion de A.A. (Alcoólicos Anônimos) - Belo Horizonte / MG

ALCOOLISMO É PRISÃO.


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quarta-feira, 4 de julho de 2012

HUMILDADE E HONESTIDADE LEVAM AO...




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terça-feira, 3 de julho de 2012

UNIDADE PARTICIPATIVA

 

Muito se falou e se fala a respeito da Unidade. Mas, o que é ela?

Para mim, Unidade é uma palavra muito grande; ainda que tenha poucas letras, seu significado é muito profundo. Gostaria de me referir um pouco ao que é Unidade participativa, como a compreendo, porque já ouvi muito falar sobre esse tema, mas parece que se entende muito pouco sobre ele, já que presenciei fatos que deixam muito a desejar nesse sentido.

Para mim, Unidade é trabalhar por um bem comum sem recriminar outros que não pensam da mesma forma que eu. Para manter a Unidade, devemos respeitar os acordos, concordando pessoalmente com eles ou não. Se não respeitamos o combinado, estaremos dividindo nossas forças, já que os que estão conosco estão felizes, mas aqueles que não estão conosco se desapontam e assim a Unidade não se torna fato.

Se alguém não concorda com os demais em determinados pontos que estão discutindo, deve expor suas idéias com argumentos. Se quiser impor suas idéias sem fundamentá-las, só conseguirá despertar a ira alheia. Se percebe e aceita que suas idéias não convenceram aos demais, acata então as posições da maioria sem colocar obstáculos. Isso para mim é Unidade compartilhada.

Também considero muito importante, para a preservação da Unidade, o respeito pelos princípios estabelecidos, especialmente os Serviços Gerais. Quando esses princípios são transgredidos autoritariamente, pensando-se que os fins justificam os meios, a Unidade se rompe. Alguns se rebelarão, tirando o apoio dos transgressores e dividindo a causa, já que outros apoiarão as transgressões, terminando tudo em separação. É claro que assim todos perderão.

Além disso, a Unidade deveria estar sempre acima da amizade. Se puzermos a amizade acima dos princípios estabelecidos para tentar alcançar objetivos pessoais, estaremos só fingindo estar unidos. Muitas vezes confunde-se a amizade com a Unidade. Quando, por exemplo, acontece um aniversário e muitas pessoas se reúnem para felicitar um amigo, isso é amizade. Unidade representa muito mais do que estar feliz numa festa, vai mais além da mera amizade.

A Unidade que deve prevalecer em nossa Irmandade é uma Unidade fortalecida por nossa enfermidade comum, e também baseada nos princípios e no espírito de nossas Tradições pelo bem de nossa Irmandade; estabelecida por um Poder Superior; baseada no respeito mútuo de todos os integrantes. Isso nos dará um futuro estável e duradouro, para o nosso bem e para o bem dos milhares que se somaram a esta nobre causa que é Alcoólicos Anônimos.

(La Viña, janeiro/fevereiro-2000)    (Vivência nº 65 maio/junho 2000)   Colaboração Grupo Carmo-Sion de A.A.  - Belo Horizonte / MG

segunda-feira, 2 de julho de 2012

ACONTEÇA O QUE ACONTECER, EU...

COLABORAÇÃO COMPANHEIRO CARLOS, MG.

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domingo, 1 de julho de 2012

O PROGRAMA DE AA



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